Alarme alto a tocar, alertou o comissário de narrativas que deshumanizam solicitantes de asilo. Prenúncio do que difama e injuria do outro.
O representante do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos alertou hoje (3) para a necessidade de vigilância diante do avanço político da extrema-direita na Europa, destacando discursos que desumanizam imigrantes e requerentes de asilo.
É crucial estar atento aos perigos do extremismo e do radicalismo que podem ser fomentados pela ascensão da extrema-direita no cenário político atual, reforçando a importância de proteger os direitos humanos e combater discursos de ódio com determinação.
Alerta sobre a ascensão da extrema-direita na Europa
‘Precisamos estar extremamente atentos porque a história nos diz, em particular na Europa, que a difamação do outro, a injúria do outro, é um prenúncio do que está por vir’, alertou Volker Turk a repórteres em entrevista em Genebra. ‘É um alarme que precisamos tocar.’
Os partidos de extrema-direita, envolvidos em extremismo e ultraconservadorismo, obtiveram ganhos no Parlamento Europeu no mês passado. A França está realizando um segundo turno eleitoral neste fim de semana, onde os oponentes do partido Reunião Nacional, de extrema-direita e anti-imigração, estão tentando impedir sua ascensão ao poder.
Como comissário de direitos da ONU, Turk, austríaco, cujo país enfrentou o radicalismo na década de 1930 e participou do Holocausto, expressou sua motivação para concorrer ao cargo mais importante de direitos da ONU, visando evitar futuras atrocidades.
Ex-alto comissário da agência de refugiados da ONU, Turk lutou para aumentar a proteção dos solicitantes de asilo. ‘Na Europa, infelizmente, temos testemunhado um aumento no discurso de ódio, no discurso discriminatório, e é crucial que os líderes políticos ajam com firmeza contra essas práticas’, enfatizou.
Turk atribuiu a ascensão de políticas populistas e extremistas à pandemia de covid-19 e suas consequências, incluindo o aumento do custo de vida, que ‘privou de direitos, desiludiu um grande segmento da população’.
‘Os partidos políticos tradicionais raramente refletem sobre como poderiam responder às queixas legítimas das populações e eleitores’, acrescentou Turk. Ele está quase na metade de seu mandato como chefe de direitos da ONU e busca impactar questões globais como a mudança climática, apesar de enfrentar desafios devido a crises em várias regiões, como Gaza, Ucrânia e Sudão.
‘Temos testemunhado a normalização de coisas que, francamente, eram impensáveis, mesmo há alguns anos’. (Reportagem adicional de Cecile Mantovani e Francois Murphy)
Fonte: @ Agencia Brasil
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