Cientistas detectam sinal de objeto estelar inesperado, possivelmente composto por restos de supernovas.
Astrônomos identificaram recentemente uma estrela-de-nêutrons, que se acredita ser a mais lenta entre as mais de 3.000 já descobertas. A presença dessa estrela-de-nêutrons intrigou os cientistas, que buscam compreender melhor suas características e comportamento.
Esse corpo celeste, conhecido como astro, está localizado a uma distância considerável da Terra. A descoberta dessa estrela-de-nêutrons reforça a importância da exploração do universo em busca de novos fenômenos e mistérios cósmicos.
Descoberta inesperada de uma estrela-de-nêutrons
Analisando um sinal que percorreu 16 mil anos-luz até chegar à Terra, a equipe de cientistas ficou surpresa com a novidade revelada. A descoberta pode revolucionar o entendimento sobre esse tipo de corpo-estelar e também sobre as anãs brancas, que são a segunda opção considerada para o sinal encontrado. Isso levanta questionamentos sobre o modo como esses corpos estelares emitem suas ondas e a presença desse tipo de astro na Via Láctea.
A estrela-de-nêutrons é o resultado de explosões de corpos estelares no final de suas vidas, um fenômeno conhecido como supernova. Esses remanescentes são compostos por trilhões de nêutrons concentrados em uma esfera tão densa que sua massa, equivalente a 1,4 vezes a do Sol, é comprimida em um raio de apenas dez quilômetros. Normalmente, esses corpos estelares giram em alta velocidade, completando uma rotação em segundos ou até mesmo frações de segundo.
No entanto, a estrela-de-nêutrons recém-descoberta emitia sinais a cada 54 minutos, tornando-a a mais lenta já encontrada até o momento. Essa característica surpreendente desafiou as expectativas dos cientistas, que estão acostumados com extremos ao estudar estrelas-de-nêutrons emissoras de rádio.
A pesquisa, liderada pela dra. Manisha Caleb da Universidade de Sydney e pelo dr. Emil Lenc da Agência Científica Nacional da Austrália (CSIRO), contou com a participação de cientistas das universidades de Manchester e Oxford, ambas na Inglaterra. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Astronomy.
Utilizando o radiotelescópio ASKAP da CSIRO na Austrália Ocidental, os pesquisadores coletaram dados que apontam para a estrela-de-nêutrons como a fonte dos sinais detectados, embora não descartem a possibilidade de ser uma anã branca isolada com um campo magnético excepcionalmente forte. A dra. Manisha Caleb destacou a peculiaridade do objeto, que exibe três estados distintos de emissão, cada um com propriedades únicas.
O radiotelescópio MeerKAT, na África do Sul, desempenhou um papel fundamental na distinção entre esses estados de emissão. O avanço dessas pesquisas promete aprofundar o conhecimento sobre os objetos mais enigmáticos do Universo e os complexos ciclos de vida dos corpos estelares. A presença inesperada dessa estrela-de-nêutrons lenta desafia as atuais teorias e revela a importância de explorar novas fronteiras na astrofísica.
Fonte: © CNN Brasil
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