Executiva defende que a bolsa concordou com a participação dos médicos fundadores no free float para garantir a empresa no Novo Mercado.
Faz dois meses que acionistas minoritários e o controlador da empresa de saúde Kora, a empresa de investimentos H.I.G., estão em conflito.
No entanto, o impasse entre os investidores da B3 e a empresa de private equity na Bolsa de Valores parece longe de uma resolução.
Conflito na Bolsa de Valores envolvendo a Kora e o Novo Mercado
O fundo majoritário da Kora, detentor de 68% das ações, planeja retirar a empresa do Novo Mercado, o mais alto nível de governança corporativa, e realizar uma oferta pública de ações (OPA) com o valor de R$ 0,70 por papel. Essa movimentação gerou descontentamento entre os acionistas minoritários, que adquiriram suas ações por um valor 10 vezes superior durante a abertura de capital em 2021.
No centro desse embate está a B3, a principal bolsa de valores do Brasil. Recentemente, a bolsa atendeu a uma solicitação dos acionistas minoritários, um grupo composto pelas gestoras Leblon Equities, Polo Capital, Fourth Sail e Iridum, que juntas detêm 3,5% da Kora. Eles alegaram que os dois fundadores da empresa, os médicos Bruno Moulin Machado e Ivan Lima, que possuem em conjunto 10,6% das ações, não deveriam ter direito a voto na assembleia que decidirá a saída da rede hospitalar do Novo Mercado.
Isso se deve ao fato de que, apesar de fazerem parte do ‘free float’, os médicos possuem um acordo de acionistas com o controlador, o que os impede de tomar decisões de forma independente. Dessa forma, somente os acionistas com ações em circulação têm direito a voto, o que exclui a H.I.G., que é parte interessada no processo. A participação acionária dos médicos representa metade do ‘free float’ da Kora, que corresponde a apenas 20,3%, tornando seus votos cruciais para a decisão final.
A situação atual coloca a B3 no centro das atenções, pois a bolsa desempenha um papel fundamental na regulação e no funcionamento do mercado de capitais. A resolução desse impasse terá impacto não apenas na Kora e seus acionistas, mas também na credibilidade e transparência do mercado como um todo. Acompanhar o desenrolar desse conflito é essencial para entender as dinâmicas da bolsa de valores e as complexidades envolvidas nas relações entre acionistas e empresas listadas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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