Empresa elétrica enfrenta queda de 28% capacidade geracional por anomalia de ventos no primeiro trimestre. Região de Alto Sertão II, Salinas: parques eólicos de nossos terceiro, quarto quartel, ano. Fator irradiação do El Niño pode ter causado. Capacidade geração queda, disponibilidade ventos realização manutenção segunda, terceiro, quarto trimestres. 153 GWh de energia perdida.
Com desempenho afetado pelas constantes chuvas, a AES Brasil registrou quedas significativas em seu balanço financeiro no primeiro trimestre de 2021. A companhia teve prejuízo líquido de R$ 102,4 milhões, uma reviravolta em relação ao lucro de R$ 60,4 milhões alcançados no ano anterior.
As chuvas intensas impactaram diretamente os negócios da AES Brasil, refletindo-se no desempenho do pluviômetro, instrumento vital para medir a precipitação. O prejuízo de R$ 102,4 milhões evidencia a importância do monitoramento constante das condições climáticas para as empresas do setor.
Impacto das chuvas fora de época nos parques eólicos da AES Brasil
A explicação da empresa por trás desses indicadores está, sobretudo, nas chuvas fora de época registradas no Nordeste neste ano, que causaram uma anomalia no comportamento dos ventos. Ao longo desses três meses, a precipitação foi 28% acima do esperado, afetando diretamente a geração eólica do trimestre, conforme explicou Rogério Pereira Jorge, CEO da AES Brasil, em teleconferência para analistas.
Durante esse período, os pluviômetros registraram uma queda significativa na velocidade dos ventos, ficando cerca de 15% abaixo da média histórica na região dos nossos parques eólicos. Isso teve um impacto direto na geração de energia, como evidenciado nos resultados de Alto Sertão II, na Bahia, que apresentou uma queda de 40% em relação ao volume gerado no ano anterior, e de Salinas, no Rio Grande do Norte, com uma redução de 33%.
O fator de capacidade para o período, calculado em 28%, foi o mais baixo dos últimos quatro anos, refletindo a não comportamento usual dos ventos na região. A exceção foi a região Sul, onde a AES opera um parque eólico em Cassino, que não foi afetado por anomalias na capacidade de geração de ventos no primeiro trimestre deste ano.
Em locais como Cajuína, Ventus e Salinas, no Rio Grande do Norte, as chuvas intensas chegaram a causar danos físicos, chegando a derrubar por duas vezes a estrada BR-304 no município de Lajes, gerando dificuldades de acesso aos parques eólicos.
Manutenção estratégica e oportunidades futuras
Apesar dos desafios enfrentados devido à queda na disponibilidade de ventos, a AES Brasil enxerga oportunidades de melhoria. A redução na velocidade do vento permitiu um maior tempo para a realização de manutenções em seus parques eólicos durante o período, o que pode resultar em um aumento na capacidade de geração no segundo semestre, quando os ventos na região normalmente são mais favoráveis.
Com a realização de manutenções preventivas antecipadas, a empresa busca garantir uma maior disponibilidade de seus ativos nos terceiro e quarto trimestres do ano, aproveitando ao máximo o potencial de geração de energia eólica.
Essa inesperada janela de oportunidade proporcionada pela diminuição da velocidade dos ventos permitirá à AES Brasil otimizar a performance de seus parques eólicos. Apesar dos desafios impostos pelas condições climáticas anômalas, a empresa está se preparando para um segundo semestre mais promissor em termos de geração de energia.
Impacto positivo da irradiação solar e planos para o futuro
Enquanto as chuvas impactaram a geração eólica da AES Brasil, o sol brilhou intensamente no país no mesmo período, impulsionando a geração de receita da empresa com energia solar. A disponibilidade da irradiação solar atingiu 100% pelo segundo trimestre consecutivo, contribuindo para um crescimento de 5% na geração de energia, totalizando 153 GWh no primeiro trimestre do ano.
A empresa também se beneficiou do fenômeno El Niño, que aumentou a irradiação em 10%, impulsionando a geração solar. Para aproveitar ao máximo o potencial do período ensolarado, a AES Brasil está finalizando a construção do parque solar AGV VII, localizado em Ouroeste, interior de São Paulo, com um investimento projetado de R$ 133 milhões. Este novo empreendimento está previsto para ser inaugurado no segundo semestre deste ano, reforçando o compromisso da empresa com a geração de energia limpa e sustentável.
Fonte: @ Info Money
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