Em 2024, o Irã importou US$209 milhões de cereais do Brasil, apesar da nova fase de conflito e da guerra em Gaza, fortalecendo as relações comerciais entre os países.
Com o avanço do cenário no Oriente Médio, observa-se uma crescente inquietação em relação às possíveis consequências para as exportações de commodities agrícolas brasileiras.
É importante estar atento aos desdobramentos da situação internacional para garantir que as exportações não sejam prejudicadas, mantendo assim o fluxo de vendas e envios em um mercado cada vez mais competitivo.
Expansão das Exportações de Commodities Agrícolas Brasileiras em Meio a uma Nova Fase de Conflito
É inegável que as relações comerciais entre o Brasil e Israel, bem como com o Irã, se destacam pelo peso das exportações realizadas, tornando esses países parceiros consideravelmente menores em comparação com outras nações. Em 2023, o Brasil enviou um total de US$ 2,3 bilhões em produtos para o Irã, de acordo com informações da Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Já as exportações para Israel atingiram um montante de US$ 662 milhões no mesmo ano.
A situação em Israel, que enfrenta uma guerra em Gaza desde o ano passado, teve impacto direto nas vendas para o país, especialmente de itens como etanol, que registrou a segunda maior comercialização do ano recentemente. Enquanto a região vive esse cenário conflituoso, as exportações de commodities agrícolas brasileiras continuam movimentando o mercado global.
Consolidação dos Laços de Exportação com Parceiros Comerciais de Pequeno Porte
Apesar de serem parceiros menores em termos de volume de exportações, tanto Israel quanto o Irã desempenham papéis estratégicos para o Brasil em determinados setores. O Irã, por exemplo, é um importante comprador de milho brasileiro, competindo com gigantes como a China e o Japão nesse mercado. Em 2023, as exportações de milho para o Irã totalizaram US$ 829 milhões, representando uma parcela significativa das remessas desse cereal produzido no Brasil.
Ainda em relação ao Irã, a soja foi o principal produto exportado, alcançando cerca de US$ 904 milhões, seguida pelo farelo de soja (US$ 370 milhões) e açúcar (US$ 160 milhões). O cenário para 2024 indica que o milho continuará liderando as vendas para os iranianos, com destaque para o primeiro trimestre do ano, reforçando a importância dessa operação, principalmente no segundo semestre.
Relações Comerciais Estratégicas e a Importância das Exportações de Commodities Agrícolas Brasileiras
Além das exportações para o Irã, o Brasil também importa produtos essenciais desse país, como a ureia, um fertilizante crucial para diversas culturas agrícolas, incluindo milho, trigo, café e cana de açúcar. Cerca de 15% de toda a ureia utilizada na produção agrícola nacional tem origem no Irã, tornando-o um parceiro estratégico para garantir o suprimento desse insumo fundamental.
Em relação a Israel, embora as exportações para o país tenham sido menores no ano passado, destacaram-se o envio de petróleo (US$ 139 milhões), carne bovina (US$ 127 milhões) e soja (US$ 121 milhões). Por outro lado, Israel é um importante fornecedor de fertilizante fosfatado para o Brasil, utilizado em diversas culturas agrícolas. Apesar disso, existem alternativas de suprimento desse insumo, como a China, o que atenua possíveis impactos na balança comercial em caso de escalada no conflito na região.
Fonte: © CNN Brasil
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