Criadores de gado na região agrícola sentem impacto das vastas fazendas e churrascarias espalhadas por Buenos Aires, improvisadas.
Conhecidos por seus churrascos, extensas fazendas de gado, parrillas e pela tradição do chimarrão, os argentinos estão reduzindo o consumo de carne, enfrentando desafios econômicos. O consumo de carne diminuiu significativamente neste ano no país, impactado pela inflação e pela recessão. A carne sempre foi um elemento fundamental da cultura argentina, ao lado do futebol e do mate.
Com a queda no consumo de carne, os argentinos estão buscando alternativas alimentares e repensando seus hábitos tradicionais. A redução no consumo de carne reflete as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país, que está passando por mudanças em sua dieta e estilo de vida. A diversidade culinária argentina está se adaptando a essa nova realidade, com novas opções surgindo para substituir a tradicional carne.
Consumo de carne na Argentina
Muitas casas argentinas têm churrasqueiras em torno das quais as famílias se reúnem. Churrascarias estão espalhadas por Buenos Aires e as pessoas se juntam em churrasqueiras improvisadas para saborear a Carne, mesmo em canteiros de obras ou protestos. Consumo de carne, consumo de carne, consumo de carne; é uma parte integral da dieta argentina, é como se a massa desaparecesse para os italianos’, disse a aposentada Claudia San Martín, de 66 anos, à Reuters, na fila de um açougue. Ela disse estar disposta a fazer cortes em outras compras, como produtos de limpeza, mas a Carne é sagrada. ‘Os argentinos podem eliminar qualquer coisa, eu acho, em momentos de dificuldade como este. Mas não podemos ficar sem Carne‘, afirmou.
Mesmo assim, dados mais recentes mostram que os argentinos neste ano estão comendo Carne em uma taxa de cerca de 44 kg por ano, uma queda brusca de mais de 52 kg no ano passado e até 100 kg por ano na década de 1950. Parte do declínio ao longo das décadas resulta de uma mudança de longo prazo para outras carnes, como porco e frango, além de produtos básicos mais baratos, como massas. Mas a queda deste ano foi impulsionada por uma inflação de quase 300% e uma economia estagnada, além das duras medidas de austeridade do presidente libertário Javier Milei.
A pobreza cresce, mais pessoas estão desabrigadas em grandes cidades e as filas aumentaram em refeitórios. Muitas famílias reduziram o consumo de produtos como Carne, leite e vegetais. E dizem que ainda não conseguiram sentir os benefícios da desaceleração da inflação mensal. ‘A situação neste momento é crítica. O consumidor está tomando decisões pensando apenas em seus bolsos’, disse Miguel Schiariti, presidente da câmara local de carnes, CICCRA, cuja expectativa é que o consumo de Carne continue baixo. ‘O poder de compra das pessoas está enfraquecendo mês a mês’, lamenta.
Impacto nas vastas fazendas de gado
Menos Carne, mais massa Nas terras agrícolas da província de Buenos Aires, criadores de gado estão sentindo o impacto. ‘A queda em consumo é preocupante’, afirmou Luis Marchi, de 48 anos, engenheiro agrícola e terceira geração no comando do negócio da família, que produz grãos e gado. ‘O consumo de Carne está caindo bastante recentemente’, acrescentou, culpando a inflação e a crise econômica. ‘Os consumidores tentam substituir bifes com alimentos mais baratos, outros tipos de Carne ou massa.’ Com a queda do consumo local, as exportações cresceram, mas preços globais menores reduziram esse benefício aos agricultores. De longe, a principal compradora de Carne argentina é a China, embora importe cortes mais baratos que não são utilizados domesticamente. ‘O setor de exportação está passando por um momento muito difícil, embora continue exportando em grandes volumes. Os preços do mercado internacional caíram muito’, disse Schiariti.
Em seu açougue em Buenos Aires, onde trabalha há 40 anos, Gerardo Tomsin, de 61 anos, disse que as pessoas ainda compram Carne bovina, mas estão sempre em busca de ofertas mais baratas. ‘As pessoas continuam vindo, o…
Fonte: @ Agencia Brasil
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