Doença se espalha em climas amenos ou frios. Nota técnica: vigilância epidemiológica tríplice bacteriana acelular na UTI.
Diante de surtos de coqueluche em nações asiáticas e europeias, o Ministério da Saúde emitiu comunicado oficial orientando a ampliação, de forma extraordinária, e o reforço da imunização contra a enfermidade no Brasil. A pasta também solicita que estados e municípios fortaleçam as medidas de vigilância epidemiológica em situações de coqueluche.
Em meio a preocupações com a propagação da tosse comprida em diversas regiões, é crucial manter a atenção e a prevenção contra a tosse convulsa, conhecida como coqueluche ou pertussis. A vacinação em larga escala é fundamental para conter a disseminação da doença e proteger a população, garantindo assim a saúde coletiva e o bem-estar de todos. nota
Ampliação da Indicação da Vacina dTpa para Profissionais da Saúde
O documento recente destaca a importância da vacina dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, para os trabalhadores da saúde que atuam em diferentes setores, incluindo serviços públicos e privados, ambulatoriais e hospitalares. Essa ampliação abrange áreas como ginecologia, obstetrícia, parto, pós-parto, UTI neonatal, UCI, berçários de diversos riscos e pediatria.
De acordo com a nota técnica, profissionais que desempenham funções de doula, acompanhando gestantes durante todo o processo, e aqueles que trabalham em berçários e creches com crianças até 4 anos também devem ser vacinados contra a coqueluche. A administração da vacina deve considerar o histórico vacinal contra difteria e tétano.
Para garantir a imunização adequada, indivíduos com esquema vacinal completo devem receber uma dose da dTpa, mesmo que a última dose tenha sido há menos de dez anos. Já os que possuem menos de três doses devem receber uma dose da dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT.
Cenário Epidemiológico Global e Nacional
A nota técnica ressalta um aumento significativo de casos de coqueluche em diversos países da União Europeia, com um total de 25.130 casos registrados de janeiro a dezembro de 2023. No período entre janeiro e março de 2024, foram notificados 32.037 casos na região, com maior incidência em crianças menores de 1 ano.
Além disso, a China reportou 32.380 casos e 13 óbitos por coqueluche até fevereiro de 2024. Na Bolívia, um surto da doença resultou em 693 casos confirmados, com ênfase em crianças menores de 5 anos.
No Brasil, o último pico epidêmico de coqueluche foi em 2014, com 8.614 casos confirmados. Entre 2015 e 2019, o número de casos variou entre 3.110 e 1.562. A partir de 2020, houve uma redução de casos, possivelmente relacionada à pandemia de covid-19 e ao distanciamento social. Nas primeiras semanas de 2024, foram confirmados 31 casos da doença.
A preocupação com o aumento de casos em outros países desde 2023 alerta para a possibilidade de uma situação semelhante no Brasil em breve. O país acumulou suscetíveis devido a quedas nas coberturas vacinais e lacunas na vigilância e diagnóstico da coqueluche.
Entre 2019 e 2023, todas as 27 unidades federativas notificaram casos da doença. Pernambuco liderou com 776 casos, seguido por Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. No mesmo período, ocorreram 12 mortes, a maioria em 2019.
Os dados do ministério reforçam a importância da vacinação contra a coqueluche e a necessidade de vigilância epidemiológica para controlar a propagação da doença.
Fonte: @ Agencia Brasil
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