Democracia é essencial para adesão ao bloco; tentativa fracassada pode reforçar processo. Brasil aprovou ingresso, sujeito a processo legislativo interno.
Participantes do Ministério das Relações Exteriores do Brasil defendem que a democracia seja fortalecida na América Latina após a tentativa de golpe militar na Bolívia, ocorrida nesta quarta-feira (27). Acreditam que a democracia é essencial para a estabilidade da região e para a integração regional, como no caso da adesão da Bolívia ao Mercosul. A discussão sobre a entrada desse novo membro deve ocorrer na cúpula do bloco, no Paraguai, marcada para o próximo dia 8.
A tentativa fracassada de golpe na Bolívia ressalta a importância da democracia e da cooperação entre os países da região. A possível adesão da Bolívia ao Mercosul poderia ser uma medida simbólica de fortalecimento da democracia na América Latina, mostrando o repúdio a ações antidemocráticas. A comunidade internacional espera que a Bolívia reforce seu compromisso com a democracia e que o Mercosul possa ser um espaço de diálogo e cooperação entre os países membros.
A importância da democracia na adesão simbólica da Bolívia ao Mercosul
A avaliação dos membros do Itamaraty é de que a adesão da Bolívia ao Mercosul seria uma demonstração simbólica do compromisso do país com a democracia. O Mercosul estabelece a ‘cláusula democrática’, que impede a participação de governos autoritários no bloco. O tema da democracia será central na próxima Cúpula do Mercosul em Assunção, no próximo mês.
Após a tentativa fracassada de golpe, a visita planejada de Lula a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, tornou-se ainda mais significativa e simbólica. A viagem está marcada para o dia 9 de julho, um dia após a Cúpula.
Integrantes do governo destacam que os eventos recentes na Bolívia podem gerar instabilidade política, somando-se às tensões em países como Peru e Venezuela. O Itamaraty ressalta a importância de uma resposta firme em defesa da democracia, inclusive vinda de líderes conservadores, como o presidente do Uruguai.
‘A democracia é um valor fundamental para o Brasil, como reiteramos ao condenar a tentativa de golpe na Bolívia’, afirmou o ministro Mauro Vieira em uma reunião do Conselhão. O Itamaraty vê nesse episódio um recado claro de que o golpismo não será tolerado, assim como ocorreu no Brasil em janeiro.
A reação brasileira foi crucial não apenas no contexto político, mas também em termos econômicos, dada a importância das relações comerciais de gás entre Brasil e Bolívia. O governo brasileiro destaca a disposição da população em defender a democracia.
Ao combinar a reação interna com a postura externa, o Itamaraty acredita que isso envia um sinal claro de que desvios democráticos não serão tolerados. Isso aumenta a pressão sobre a Venezuela, por exemplo, para que realize uma eleição transparente, em linha com os princípios democráticos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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