Levantamento terça-feira: 12.376 escolas brancas, 21.992 negras, base censo escolar, maioria estudantes negros, unidades matrículas.
Um estudo recentemente publicado pelo Instituto da Diversidade, entidade especializada em pesquisas sobre as desigualdades raciais no Brasil, com base em informações do Censo Escolar deste ano, revelou que escolas públicas onde a maioria dos estudantes é negra apresentam infraestrutura inferior em comparação com as instituições em que a maior parte das matrículas é de alunos brancos. As instituições foram divididas em dois grupos: escolas majoritariamente brancas, com 60% ou mais de alunos autodeclarados brancos e escolas majoritariamente negras, com 60% ou mais de estudantes autodeclarados pretos ou pardos. No total, foram identificadas 12.376 escolas com predominância branca e 21.992 com predominância negra.
Essa disparidade na infraestrutura escolar reflete diretamente nas instalações e nas condições de ensino oferecidas aos estudantes, impactando sua aprendizagem e desenvolvimento. Melhorar a infraestrutura das escolas com maioria de alunos negros é essencial para garantir que todos os estudantes tenham acesso igualitário a recursos e oportunidades educacionais. Investir nessas instituições é fundamental para promover a inclusão e reduzir as disparidades educacionais no país.
Levantamento mostra disparidades na infraestrutura das escolas públicas
Uma pesquisa recente divulgada nesta terça-feira revelou a marcante desigualdade na infraestrutura das escolas de educação básica no Brasil. O levantamento, com base nos dados do censo escolar, destacou que a maioria das escolas com estudantes negros enfrenta sérias carências de recursos essenciais, como bibliotecas, laboratórios de informática e quadras de esportes.
A análise apontou que 69% das escolas com melhor infraestrutura são majoritariamente brancas, enquanto mais da metade das escolas frequentadas por alunos negros carece de instalações adequadas. Essa disparidade reflete não apenas questões socioeconômicas, mas também revela uma profunda discrepância no acesso a condições básicas para a educação de qualidade.
Desigualdade geográfica na distribuição de recursos educacionais
Além da desigualdade racial, a falta de equidade na infraestrutura das escolas também se manifesta geograficamente. Nas regiões Sul e Sudeste, é mais comum encontrar escolas com alunos brancos e melhores condições econômicas. Por outro lado, as regiões Nordeste e Norte, como Maranhão, Amazonas, Pará e Amapá, enfrentam a presença predominante de escolas com maioria negra e recursos limitados.
O estudo também classificou as escolas de acordo com faixas socioeconômicas, utilizando o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Inse) do Ministério da Educação. Esse indicador varia de 1 a 7 e revela que as escolas classificadas como nível 1, predominantemente localizadas em áreas rurais, enfrentam grandes desafios, como a falta de acesso à água potável.
Por outro lado, as unidades escolares classificadas como nível 7, em sua maioria com alunos brancos e em áreas urbanas, desfrutam de melhores condições, incluindo acesso garantido a água potável. Essas disparidades ressaltam a urgência de ações para promover a igualdade de oportunidades educacionais em todo o país.
Conclusão
A infraestrutura precária das escolas públicas brasileiras reflete não apenas as desigualdades sociais e econômicas, mas também evidencia a persistência da discriminação racial no sistema educacional. Para garantir uma educação de qualidade e equitativa para todos os estudantes, é fundamental investir na melhoria das condições das instituições de ensino, promovendo um ambiente propício ao desenvolvimento e aprendizado de cada aluno, independentemente de sua origem ou cor de pele.
Fonte: © CNN Brasil
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