Comando Vermelho controlava 242 km², agora há cinco áreas antes dominadas, nova região metropolitana, primeiros 15 anos, território sob atuação.
A expansão do controle de território do Comando Vermelho foi destacada em um recente estudo divulgado nesta semana. Segundo as análises, a organização criminosa foi a única a ampliar seu controle de território na região metropolitana do Rio de Janeiro recentemente, evidenciando sua influência e poder.
O domínio territorial do Comando Vermelho foi ainda mais evidenciado pela análise detalhada das áreas em que atua. Com estratégias bem definidas, a organização conseguiu expandir sua área de atuação de forma significativa, consolidando sua presença e influência em territórios anteriormente controlados por outras facções.
Controle de território: Análise e Tendências
O grupo em questão experimentou um crescimento significativo de 8,4% nos últimos levantamentos, o que resultou em uma atuação abrangente em 51,9% das áreas controladas por organizações criminosas. Os dados, fruto de uma parceria entre o Geni/UFF e o Instituto Fogo Cruzado, revelam uma mudança substancial no panorama do domínio territorial ilegal.
Por outro lado, as milícias apresentaram uma redução de 19,3% em seu domínio territorial, passando a responder por 38,9% dos territórios previamente sob controle de grupos criminosos na região da Grande Rio. Essa dinâmica aponta para alterações significativas no mapa da área de atuação desses grupos.
É notável o fato de que o Comando Vermelho expandiu sua área de atuação para 242 km² no ano anterior, representando o maior território sob seu controle desde o início das análises, em 2008. Enquanto isso, as milícias ocupavam uma área de 181 km² em 2023, marcando a primeira vez desde 2020 em que o Comando Vermelho supera as milícias em território sob atuação.
A pesquisa também investigou a evolução do controle territorial armado ilegal ao longo dos primeiros 15 anos na região da Grande Rio. Em 2008, cerca de 8,8% da área construída na nova região metropolitana era controlada por grupos criminosos, número que mais do que dobrou para 18,2% em 2023. Essa transformação aponta para uma mudança significativa no cenário do domínio territorial na área.
Os dados indicam que as áreas de maior crescimento do Comando Vermelho foram a Baixada Fluminense e a região leste da metrópole, compreendendo municípios como Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Por outro lado, as milícias perderam territórios principalmente na baixada e na zona oeste da capital, sinalizando um redirecionamento do controle de território nessas regiões.
Além disso, as outras duas facções relacionadas ao tráfico de drogas, o TCP e a ADA, também apresentaram recuos, atuando atualmente em uma área de aproximadamente 40 km². Essa extensa rede de domínio territorial delineia os embates e desafios enfrentados por esses grupos na região.
Ao analisar o cenário atual, destaca-se a presença de cinco grandes regiões em conflito, envolvendo Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Penha, Nova Iguaçu, e Queimados. Essas áreas antes controladas por diferentes grupos criminosos agora são palco de disputas pelo controle de território, evidenciando a complexidade das dinâmicas territoriais na região.
Por fim, as investigações sugerem que as estratégias de domínio territorial entre traficantes e milicianos apresentam diferenças significativas. Enquanto a milícia utiliza o medo difuso e a coação sem a presença ostensiva de armamento pesado, barricadas ou símbolos visíveis, o tráfico recruta jovens da comunidade e adota abordagens distintas para estabelecer seu poder nas áreas de atuação. Essa análise ressalta a diversidade de métodos empregados na disputa pelo controle de território na região da Grande Rio.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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