Crescimento de fraudes com deepfake registrado; perdas de R$ 34 bilhões no setor por ofertas fraudulentas no primeiro trimestre.
As fraudes no mercado de criptomoedas têm causado prejuízos significativos, ultrapassando a marca de US$ 79,1 bilhões (cerca de R$ 429,4 bilhões) desde o início deste ano. A corretora de criptomoedas Bitget divulgou essas informações alarmantes nesta quinta-feira (27).
Essas operações fraudulentas representam um grande desafio para a segurança do mercado financeiro, pois os crimes cibernéticos continuam a crescer em escala global. É fundamental que investidores e empresas estejam atentos e adotem medidas rigorosas para proteger seus ativos contra possíveis fraudes, garantindo assim a integridade do sistema econômico.
Operações fraudulentas: crescimento e desafios
Segundo o estudo recente, as operações fraudulentas estão em ascensão, acompanhando o crescimento de 245% no número total de fraudes relacionadas a ‘deepfake’ registrado no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. O termo ‘deepfake’ refere-se a uma técnica que possibilita a alteração de vídeos ou fotos por meio de inteligência artificial (IA). Com essa tecnologia, é viável trocar o rosto de uma pessoa em cena pelo de outra ou modificar o conteúdo falado. Essa manipulação é realizada por meio de aplicativos desenvolvidos com essa finalidade específica.
Para a presidente da Bitget, Gracy Chen, as fraudes totalizam um valor considerável, com perdas significativas nos três primeiros meses deste ano, estimadas em cerca de US$ 6,3 bilhões (R$ 34,2 bilhões) relacionadas a fraudes com uso de deepfake. Esse montante representa quase metade do registrado em todo o ano de 2022, que foi de US$ 13,8 bilhões (R$ 74,9 bilhões). A perspectiva é que, se a tendência de aumento no número de fraudes relacionadas a deepfake persistir nos próximos trimestres, poderá resultar em uma perda total anual de US$ 25,1 bilhões (cerca de R$ 136,3 bilhões) em 2024, conforme indicado em um relatório da empresa.
O relatório ressalta a importância de uma intervenção regulatória para conter o avanço das fraudes, que podem impactar não apenas o mercado de criptomoedas, mas toda a indústria financeira. Sem medidas efetivas, as perdas por esse tipo de crime têm potencial para representar 70% das perdas no mercado de criptomoedas até 2026. Dentre os crimes identificados com uso de deepfake nesse mercado, destacam-se: roubo de identidade, golpes e esquemas fraudulentos, manipulação de mercado, fraude em investimentos, resgate e extorsão, ataques de engenharia social, falsos anúncios legais, captação ilícita de recursos, imitação em realidade virtual e metaverso, entre outros.
Os fraudadores se aproveitam da dinâmica do mercado cripto para perpetrar seus crimes, valendo-se de fatores que influenciam a flutuação de valor das criptomoedas, como declarações de influenciadores, notícias ou atualizações sobre projetos financeiros. Apesar do surgimento de novos métodos de proteção, os invasores continuam a inovar em esquemas de fraude, conforme apontado no relatório da Bitget. A conscientização dos usuários e a capacidade de discernir fraudes de ofertas reais são fundamentais para a defesa contra esses crimes, até que medidas jurídicas e de segurança cibernética abrangentes sejam implementadas globalmente.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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