Djidja e parentes usavam medicamentos psicodélicos recreativamente, incluindo fármacos hipertensivos para tonificar músculos de animais.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Amazonas prendeu neste sábado (8), em Manaus, o proprietário de uma clínica veterinária e dois colaboradores do estabelecimento suspeitos de fornecerem cetamina de uso animal à família de Djidja Cardoso.
A cetamina é um anestésico amplamente utilizado em procedimentos veterinários, e a sua comercialização para uso humano é estritamente regulamentada. A prisão dos envolvidos ressalta a importância de garantir a segurança e a legalidade no fornecimento de cetamina e outros medicamentos, tanto para animais quanto para seres humanos.
Investigações sobre o Uso Recreativo da Cetamina por Djidja e Familiares
De acordo com as investigações em andamento, Djidja e seus familiares estavam envolvidos no uso recreativo de diversos fármacos, com destaque para a cetamina, um anestésico conhecido por suas propriedades psicodélicas. Além disso, a família também fazia uso do potenay, um medicamento hipertensivo utilizado em bovinos, que tem a capacidade de aumentar o tônus muscular dos animais.
A bula do potenay alerta para os riscos à saúde caso seja utilizado por humanos, o que levanta preocupações sobre os possíveis danos causados pelo consumo dessas substâncias. A investigação aponta para a possível ligação entre o uso desses medicamentos e a criação de uma seita denominada ‘Pai, Mãe e Vida’, onde os membros da família se reuniam para consumir a cetamina enquanto assistiam a vídeos religiosos, como as Cartas de Cristo.
A trágica morte de Djidja Cardoso, atribuída a uma overdose de cetamina, levanta questionamentos sobre o uso indiscriminado da substância durante rituais religiosos. O laudo do IML apontou a depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares como a causa da morte, evidenciando os perigos associados ao consumo excessivo de cetamina.
Até o momento, a polícia já deteve um total de dez pessoas suspeitas de envolvimento com o uso da cetamina e os rituais da seita. Entre os presos, estão três indivíduos ligados a uma clínica veterinária, o ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto Lima, e Hatus Moraes Silveira, que atuava como preparador físico da família, mesmo sem a devida formação profissional.
Segundo o delegado Cícero Túlio, os suspeitos negociavam a compra das drogas com Max e Sávio, funcionário de Max, com a participação eventual de Bruno e Hatus. O advogado Mozarth Bessa, que representa a defesa de Hatus Silveira, alega que ele foi chamado pela família quando os efeitos das substâncias já haviam causado fraqueza muscular nos membros, incluindo Djidja.
Hatus, que não possui registro como nutricionista ou educador físico, tentou intervir com treinos e dietas, mas se afastou ao perceber o uso descontrolado da cetamina. Já o advogado de Bruno Roberto, Luke Pacheco da Silva, afirmou que seu cliente chegou a usar a cetamina, mas buscou ajuda médica para superar o vício, evitando o contato com Djidja e desconhecendo a existência da seita.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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