Investidores não se empolgam com crescimento da participação neste empreendimento. Por quê?
A comercialização de participações em centros comerciais pela Iguatemi parece ter recebido uma boa recepção por parte dos especialistas do que dos investidores, inicialmente. Entretanto, as projeções são favoráveis para os acionistas, conforme os informes divulgados ao público. Após o comunicado, nesta segunda-feira (1), os papéis da empresa registram alta, ainda que influenciados pela pressão da taxa de juros.
Enquanto isso, o fundo imobiliário IGTI11 também chama atenção dos investidores, apresentando um desempenho consistente e atraindo olhares para possíveis oportunidades de crescimento. Os analistas destacam a solidez do IGTI11 no mercado, o que pode resultar em benefícios a longo prazo para aqueles que optarem por investir nesse segmento.
Iguatemi: Transação de Participação nos Shoppings
Perto das 12h35, a unit avançava 0,97%, atingindo R$ 20,78. O que aconteceu? A Iguatemi vendeu a participação de 50% na São Carlos e 18% no Iguatemi Alphaville, reduzindo sua participação neste empreendimento para 60%. A reação fraca no pregão de hoje pode ser explicada, em grande parte, porque o movimento já era altamente antecipado. O cenário já estava embutido nos preços das ações quando as probabilidades de a transação acontecer cresceram.
O analista André Mazini, do Citi, destaca que o valor total arrecadado será de R$ 205 milhões, com 54% pago no fechamento e o restante parcelado até fevereiro de 2026. A taxa de capitalização das participações combinadas vendidas é de 8,3%, o que deve gerar valor aos acionistas. A visão dos analistas é que os ativos não eram essenciais e estavam aquém da performance do portfólio da Iguatemi.
Mazini aponta que o São Carlos estava em uma cidade universitária pequena, sem o nível de renda de um ativo típico da Iguatemi, e o Alphaville sofria com a concorrência do Shopping Tamboré. O Citi recomenda a compra da Iguatemi, com preço-alvo de R$ 29. Segundo a equipe do Itaú BBA, o movimento destaca o compromisso estratégico da companhia em aumentar o valor para os acionistas.
Os analistas do banco ressaltam que a taxa de capitalização de 8,3% implícita na transação se destaca favoravelmente em comparação com a taxa implícita atual de 13% do preço das ações da Iguatemi. A redução da alavancagem de 1,83 vez a dívida líquida sobre o Ebitda para 1,65 vez após a transação posiciona a empresa de forma vantajosa para futuras iniciativas de crescimento.
Iguatemi: Análise do Santander
As vendas do Shopping Iguatemi São Carlos e do Shopping Iguatemi Alphaville reduzem a exposição da Iguatemi a ativos com perfil de crescimento menor do que seu portfólio geral e a consumidores de renda média, segundo o Santander. O São Carlos possui uma exposição de apenas 10% da sua área bruta locável a consumidores da classe A, abaixo da média de 47% do restante do portfólio da Iguatemi.
Entre 2019 e 2024, as receitas de Iguatemi Alphaville e São Carlos cresceram 36% e 35%, respectivamente, ante 46% da média da carteira. Do ponto de vista dos acionistas, o Santander reforça que a transação é benéfica, com a taxa de capitalização implícita mais baixa do que no preço atual das ações. Acredita-se que a Iguatemi deve usar os recursos da venda para continuar o processo de desalavancagem e adquirir um novo ativo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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