Nível do mar sobe, Ilha de Cartí ameaçada; governo realoca 1.200 moradores para Nuevo Cartí devido à tragédia climática.
Vista aérea da ilha Cartí Sugdupu Foto: AFP Uma comunidade indígena do Panamá, que reside na pequena ilha de Cartí Sugdupu, no arquipélago de Guna Yala, iniciou a transição para o continente devido ao risco iminente de desaparecimento causado pelas mudanças climáticas. A elevação do nível do mar, resultado direto das mudanças climáticas, está forçando essa comunidade a abandonar sua terra ancestral e buscar segurança em terras continentais.
Essa situação dramática destaca a urgência de ações para mitigar as alterações climáticas e lidar com a crescente variabilidade climática que ameaça comunidades vulneráveis em todo o mundo. As transformações climáticas estão impactando não apenas o meio ambiente, mas também a vida e a cultura de povos indígenas que há gerações habitam essas regiões costeiras. É essencial que medidas efetivas sejam tomadas para proteger essas comunidades e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Mudanças Climáticas: Desafios e Transformações
O governo do país implementou recentemente um projeto de realocação de aproximadamente 1.200 habitantes da região, fornecendo novas residências no final de maio. As informações foram divulgadas pela agência de notícias AFP, destacando a urgência das alterações climáticas que têm impactado a região.
Em uma cerimônia marcante, o presidente Laurentino Cortizo expressou a necessidade de mudar da ilha para uma urbanização composta por cerca de 300 casas. O bairro Nuevo Cartí, localizado na área indígena de Guna Yala, no Caribe central, foi inaugurado como resposta às transformações climáticas que afetaram a comunidade local.
Os moradores, que começarão a se mudar gradualmente a partir da próxima semana, deixarão para trás a ilha, situada a aproximadamente 15 minutos de barco. Eles representam os primeiros deslocados devido às mudanças climáticas no Panamá, enfrentando condições precárias em Cartí Sugdupu, com superlotação e falta de serviços básicos.
A ilha, equivalente a cinco campos de futebol, abriga casas com estruturas simples, como piso de terra, paredes de cana e telhados de zinco. A situação vulnerável não se restringe apenas a esta ilha, alertou Cortizo, atribuindo a responsabilidade pelo aquecimento global aos países desenvolvidos.
Os habitantes de Cartí, que tradicionalmente subsistiam da pesca, turismo e cultivo de alimentos como mandioca e banana na área continental, viram-se obrigados a deixar suas raízes devido às mudanças climáticas. A urbanização Nuevo Cartí, financiada com um investimento estatal de 12,2 milhões de dólares (cerca de R$ 61 milhões), foi construída em um terreno de 14 hectares pertencente à comunidade.
As novas residências em Nuevo Cartí oferecem aos moradores um lar digno, com dois quartos, sala de estar, sala de jantar, cozinha, banheiro e lavanderia, além de acesso a água e eletricidade. Cada casa também possui uma área de 300 m² destinada ao plantio, visando promover a sustentabilidade e a adaptação às transformações climáticas em curso.
Fonte: @ Terra
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