Publicado em 1993, o inventário da fauna silvestre de São Paulo revelou 1.354 espécies na capital, vida extensa na cidade pela equipe do DFS.
Gavião Preto foi avistado pela primeira vez, em São Paulo, em 2023 Foto: Divulgação/SVMA/Prefeitura de São Paulo À primeira vista, pode ser difícil imaginar que a cidade de São Paulo, em meio a milhares de edificações, ofereça abrigo para qualquer variedade de fauna silvestre.
No entanto, a presença do Gavião Preto na região demonstra que a fauna silvestre ainda encontra seu espaço mesmo em ambientes urbanos. A interação entre a vida selvagem e a cidade pode nos surpreender, revelando a importância de preservar os habitats naturais para garantir a sobrevivência desses animais selvagens.
Desvendando a Fauna Silvestre de São Paulo
É com o intuito de desmistificar a ideia de que a capital paulista seja uma ‘selva de pedra’ que a Divisão de Fauna Silvestre (DFS), da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), realiza um minucioso inventário da vida animal selvagem na cidade. A bióloga e coordenadora da equipe do DFS, Letícia Zimback, ressalta a importância do Inventário da Fauna Silvestre de São Paulo. Na última versão, baseada em dados coletados em 2023, foram identificadas 1.354 espécies no município paulistano, 22 a mais do que em 2022.
Entre as novidades, as equipes da Divisão de Fauna Silvestre documentaram, pela primeira vez, a presença do gavião-preto e dos morfos, uma espécie de borboletas neotropicais. O trabalho, que começou como um projeto interno, evoluiu para embasar informações para a formulação de políticas públicas. Letícia destaca: ‘Agora, estamos conseguindo quebrar a barreira entre pessoas que não são necessariamente do ramo, mas que estão tendo acesso às informações e incentivando novas pesquisas.’
No total, foram catalogadas 830 espécies de vertebrados, incluindo 57 peixes, 89 anfíbios, 59 répteis, 516 aves e 109 mamíferos. Além disso, foram identificados 524 invertebrados, dos quais 345 são lepidópteros – borboletas e mariposas, que são indicadores importantes da qualidade ambiental. Os dados revelam também uma estatística preocupante: 172 espécies registradas em São Paulo estão em risco de extinção, o que corresponde a 12,7% do total, evidenciando a necessidade de ampliar as ações e políticas públicas para auxiliar na preservação da fauna.
O Inventário da Fauna Silvestre, publicado pela primeira vez em 1993, teve como propósito auxiliar as equipes envolvidas no resgate e na soltura da fauna de São Paulo. Além disso, o trabalho apoia a implementação de medidas para os animais vítimas de incidentes, como atropelamentos, colisões com estruturas de vidro, predação por animais domésticos e tráfico de animais, que estão entre as ocorrências mais comuns.
‘Ao iniciar o serviço, em 1991, havia pouquíssimas informações sobre a localização dos animais na cidade de São Paulo. Existiam algumas informações na Cantareira, no Jardim Botânico, no Zoológico, onde já havia algumas pesquisas. A Divisão de Fauna teve um papel fundamental em começar a explorar a cidade’, explica Letícia.
Fonte: @ Terra
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