Maio foi o terceiro mês com maior volume de investimento desde 2020, de acordo com o balanço do Banco Central.
Que investimentos em inteligência artificial que nada! Os dados do balanço de pagamentos do Banco Central revelam que, na realidade, a preferência dos brasileiros no exterior é por títulos de renda fixa. Somente em junho os investidores alocaram US$ 2,5 bilhões na renda fixa no exterior, o maior montante mensal desde 2019.
No entanto, é importante considerar a diversificação da carteira de investimentos, incluindo títulos do Tesouro americano e outros ativos de renda fixa. Dessa forma, é possível obter uma maior segurança e potencial de retorno em diferentes cenários econômicos.
Renda Fixa: Investimentos em Treasuries e Títulos do Tesouro Americano
O valor perde apenas de janeiro de 2024, quando foram investidos US$ 2,9 bilhões na modalidade, e fevereiro deste ano, quando foram aplicados US$ 2,6 bilhões. De janeiro a maio deste ano os brasileiros aplicaram na renda fixa lá fora US$ 9,3 bilhões, enquanto investiram US$ 729 milhões em fundos internacionais e US$ 614 milhões em ações. No mesmo período do ano passado, foram investidos US$ 3,5 bilhões na renda fixa internacional, foram resgatados US$ 405 milhões em fundos e investidos US$ 1 bilhão em ações.
O dado engloba tanto títulos do Tesouro americano como títulos de renda fixa emitidos por empresas, além de CDs, que são títulos emitidos por bancos lá fora, algo como um Certificado de Depósito Bancário (CDB) em dólar. As Treasuries são seguras e estão rendendo mais. Após anos próxima de zero, o banco central americano (Federal Reserve, o Fed), começou a aumentar em março de 2022 a taxa de juros que guia a economia americana, atualmente na faixa entre 5,25% e 5,5%.
Consequentemente, as taxas oferecidas por títulos do Tesouro americano (conhecidos como ‘treasuries’) atingiram no final do ano passado máximas que não eram vistas há quase duas décadas. Os juros vêm sendo mantidos no intervalo entre 5,25% a 5,5% ao ano desde julho do ano passado. Atualmente, os títulos de um mês a 10 anos variam atualmente de 5,42% a 4,25%, o que abre oportunidade para quem quer diversificar o risco geográfico da carteira e obter uma remuneração em dólar.
A aplicação é considerada uma das mais seguras do mundo e ganha atratividade diante de um cenário de incertezas. Um dos fatores que está influenciando a alta das taxas dos títulos do Tesouro é a previsão de que o Fed precisará manter os juros elevados por muito mais tempo para conter a inflação. Atualmente, é possível investir nos treasuries via contas internacionais, que são oferecidas por diversas instituições financeiras no Brasil e lá fora, como Avenue, C6 e Nomad.
Geralmente elas estão dentro do mesmo app do banco e suas plataformas são bem similares às das corretoras por aqui. O custo mínimo para investir nos Treasuries via contas internacionais é US$ 100. Caso o cliente prefira fundos passivos (ETFs) que aplicam nos títulos de curto prazo, como o SGOV e o TFLO, o valor mínimo cai para US$ 1. Os ETFs são uma maneira descomplicada de surfar a onda de taxas mais altas na renda fixa americana, pois o investidor não precisa se preocupar em reinvestir o valor quando o título vencer, o que seria especialmente complicado caso ele escolha um ETF que invista em aplicações de curtíssimo prazo, com vencimento em até 3 meses.
Antes das taxas de juros americanas subirem, esses títulos de curtíssimo prazo eram irrelevantes no mercado. Agora, permitem ter retornos com baixa volatilidade. Quanto maior o prazo de vencimento dos títulos, maior é o sobe e desce.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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