Professor Ivan Izquierdo da Unesp explica que o cérebro pode construir novas memórias e reconstruir as antigas, sendo o esquecimento relevante nesse processo.
Nota do Editor: Edvaldo Soares é docente do Departamento de Educação e Desenvolvimento Humano da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e doutor em Neurociência e Comportamento pela Universidade de São Paulo (USP). Uma das reclamações mais recorrentes e generalizadas entre os idosos em todo o planeta está relacionada à memória. Essa reclamação pode ser observada em diferentes pesquisas, variando de 8% a 50% dos participantes.
Quando se trata de retenção de informações e lembranças, é fundamental compreender os mecanismos que regem o funcionamento da memória. A capacidade de recordar eventos passados e manter informações relevantes é essencial para a qualidade de vida e o bem-estar. A pesquisa nessa área é crucial para desenvolver estratégias que possam melhorar a memória e a qualidade de vida dos idosos.
Memória e suas nuances
A memória é um tema complexo e fascinante, que desperta interesse em diversas áreas do conhecimento. Ela vai muito além de simplesmente lembrar ou recordar informações. A memória está intrinsecamente ligada à nossa identidade, às nossas experiências e emoções. É um processo que envolve a retenção e evocação de informações, como bem destacou o saudoso professor Ivan Izquierdo.
Definindo memória
Mas afinal, o que é memória? Para muitos, é a capacidade do cérebro de armazenar e resgatar informações quando necessário. No entanto, a memória vai além disso. Ela é a aquisição, conservação e evocação de dados, como nos ensinou o professor Ivan Izquierdo.
Amnésia e suas nuances
O esquecimento, ou amnésia, é uma falha no processo de evocação de informações. Pode ser transitória, causada por estresse ou lesões, ou permanente e progressiva, como nas síndromes demenciais. Essas queixas de déficits de memória são mais frequentes em idosos, mas nem sempre estão relacionadas a eventos patológicos.
Impacto emocional da memória
A relação entre memória e emoção é profunda. Lembranças com carga emocional tendem a ser mais bem retidas. Fatores como transtornos depressivos e de ansiedade podem afetar o processamento da memória, dificultando a aquisição, consolidação e recuperação de lembranças.
Identidade e memória
Para os idosos, a perda de memória pode ser um evento dramático, afetando não apenas suas atividades diárias, mas também sua identidade. A memória está diretamente ligada à nossa história de vida e interações sociais duradouras, como destacado por Eric Kandel em sua obra ‘Em Busca da Memória’.
Sistemas de memória e sua complexidade
Existem diferentes sistemas de memória, cada um com funções específicas. A consolidação desses sistemas requer alterações na estrutura e função do cérebro. É importante compreender que a memória não é um processo único, mas sim um conjunto de sistemas interligados que atuam de forma coordenada.
Fonte: © CNN Brasil
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