Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e delegado Rivaldo Barbosa foram presos na Operação Murder, acusados de serem autores intelectuais de uma organização criminosa.
Na manhã de hoje, 24, três indivíduos foram detidos sob suspeita de serem os mandantes do homicídio da ativista Marielle Franco, em crime que resultou na morte de seu motorista, Anderson Gomes, no ano de 2018.
A vereadora Marielle Franco foi brutalmente assassinada e se tornou uma vítima da violência política, deixando um legado de luta por justiça e igualdade social, que ecoa até os dias atuais.
Atentado contra a vereadora Marielle Franco resulta em prisões
No desenrolar da investigação sobre o atentado que vitimou a vereadora Marielle Franco, novos desdobramentos levaram à prisão do deputado Federal Chiquinho Brazão, do União Brasil, seu irmão Domingos Brazão, conselheiro no Tribunal de Contas do RJ, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Os mandados de prisão preventiva foram emitidos na Operação Murder, Inc., uma ação conjunta da PGR, MP/RJ e PF.
A Operação tem como foco principal apurar os possíveis ‘autores intelectuais’ dos homicídios, mas também investiga crimes relacionados a organização criminosa e obstrução de justiça. Entre as medidas tomadas neste domingo, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão em locais estratégicos, como na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado.
Novas informações sobre os suspeitos do atentado contra Marielle Franco
Em meio aos desdobramentos do caso, o delegado Giniton Lages, que era titular da Delegacia de Homicídios à época do ataque contra Marielle, é um dos alvos dos mandados de busca e apreensão. Ele e um de seus principais subordinados estão sob investigação. A motivação por trás do crime ainda está sendo apurada, com indícios apontando para a relação com a expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro.
A homologação da delação de Ronnie Lessa pelo STF foi crucial para as prisões, já que ele teria sido apontado como o executor do crime e entregado informações sobre os mandantes. Chiquinho Brazão, com uma trajetória política extensa desde os anos 90, foi vereador do Rio de Janeiro por quatro mandatos, coincidindo seu último mandato com o período de Marielle Franco na Câmara, entre 2017 e março de 2018.
Contextualizando as prisões relacionadas ao atentado de Marielle Franco
Sua ascensão para o cargo de deputado Federal em 2022 e posterior licenciamento para atuar como secretário municipal no Rio, que durou pouco mais de dois meses, o levou para o centro das atenções. A relação de Chiquinho com Domingos Brazão, que se tornou conselheiro no Tribunal de Contas do Estado em 2015, também é parte importante das investigações em curso.
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, teve uma breve passagem pelo cargo justo antes do trágico assassinato de Marielle Franco. Nomeado pelo interventor Federal do Rio na época, general Walter Braga Netto, que mais tarde ocuparia cargos importantes no governo, Rivaldo Barbosa saiu do comando da Polícia Civil em janeiro de 2019, após a posse do governador Wilson Witzel.
Revelações da delação de Ronnie Lessa sobre os autores intelectuais do crime
A delação de Ronnie Lessa trouxe à tona informações importantes sobre os possíveis mandantes do crime. Segundo Lessa, os suspeitos fazem parte de um grupo político influente no Rio, com interesses variados em setores importantes do Estado. As citações e indícios fornecidos por Lessa estão sendo cuidadosamente investigados, com o intuito de esclarecer os detalhes por trás do atentado que chocou o país em 2018.
Fonte: © Migalhas
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