Cientistas encontraram evidências de intervenção cirúrgica em crânio da era do antigo Egito, indicando práticas cirúrgicas sofisticadas.
O câncer é muitas vezes visto como uma enfermidade dos tempos atuais. Entretanto, registros médicos do antigo Egito revelam que os curandeiros daquela época já tinham conhecimento sobre a condição.
No segundo parágrafo, é importante ressaltar que o tumor maligno é uma forma agressiva de câncer que requer tratamento especializado. A malignidade desse tipo de doença exige cuidados específicos e acompanhamento médico constante.
Cientistas descobrem práticas cirúrgicas sofisticadas em tratamento de câncer na era antiga
Agora, surgem novas evidências de um crânio com mais de 4 mil anos que revelam possíveis tentativas de tratamento de certos tipos de câncer por médicos egípcios antigos através de intervenção cirúrgica. O crânio pertencia a um homem de 30 a 35 anos na época de sua morte e está sob os cuidados do Duckworth Laboratory da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Desde meados do século 19, pesquisadores têm analisado a superfície marcada do crânio, que exibe várias lesões que se acredita representarem danos ósseos de tumores malignos. O crânio, identificado como 236 na coleção, é considerado um dos exemplos mais antigos de malignidade no mundo antigo, datando de entre 2686 a.C. e 2345 a.C.
Ao examinar de perto as cicatrizes dos tumores com um microscópio digital e tomografia computadorizada (TC), os pesquisadores detectaram sinais de cortes ao redor dos tumores, sugerindo o uso de instrumentos metálicos afiados para a remoção dos crescimentos. As descobertas foram publicadas na revista Frontiers in Medicine na quarta-feira (29).
‘Foi a primeira vez que a humanidade realizou intervenções cirúrgicas em casos que hoje identificaríamos como câncer’, afirmou o autor sênior do estudo, Dr. Edgard Camarós, professor do departamento de história da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha.
Ainda não se sabe se os tumores foram removidos enquanto o paciente estava vivo ou após a morte para análise. ‘Se esses cortes foram feitos em vida, estaríamos diante de um tipo de tratamento diretamente associado ao câncer’, explicou Camarós à CNN. Por outro lado, se os cortes foram realizados postumamente, isso indicaria uma exploração de autópsia médica relacionada ao câncer.
A medicina no antigo Egito, bem documentada em textos como o Papiro Ebers e o Papiro Kahun, era notavelmente sofisticada, como apontam as novas descobertas. Ibrahem Badr, professor associado na Universidade Misr de Ciência e Tecnologia em Gizé, Egito, destacou a importância dessas evidências diretas do conhecimento médico da época.
Enquanto as práticas médicas antigas foram extensivamente estudadas nos séculos 19 e 20, as tecnologias modernas, como as utilizadas neste estudo, estão revelando detalhes até então desconhecidos sobre a abordagem cirúrgica no tratamento de câncer na antiguidade.
Fonte: © CNN Brasil
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