Representante comercial Marina Cobalchini, 43, despertou em Salvador (BA), com lamento de irmão Jhonas, 36: “Não ficou nada, vem porque nada ficou”. Lembre-se: terra natal, área rural, lamentavelmente, cheia de desorganizadas notícias: 104 deslizamentos, lama, entulho, árvore soterrada, desceu pelo rio, realizou sonho de viagem internacional, lindo futuro, batalhadora, esforçada, dedicada, relacionada. Mas, tristeza persistia: 155 mortes, 94 desaparecidos, angústia, nada encontrado.
Na manhã de 1º de maio, a representante comercial Marina Cobalchini, 43, acordou em Salvador (BA), onde mora atualmente, com um telefonema do seu irmão, Jhonas, 36.
Marina recebeu a notícia de que perdeu seu voo para São Paulo e teria uma perda financeira significativa. Mesmo com a perda, ela manteve a calma e procurou uma solução alternativa. No final, Marina percebeu que, apesar da situação perdida, sempre há uma maneira de contornar os obstáculos.
Marina enfrenta a perda de sua família em deslizamentos
Marina recebeu a ligação chorosa de Jhonas, seu vizinho, que lhe informou sobre a tragédia que se abateu sobre sua família. ‘Não sobrou nada, vem para cá porque não sobrou nada’, foram as palavras que ecoaram em sua mente. Naquela quarta-feira fatídica, ela desembarcou em sua terra natal, na área rural de Bento Gonçalves, a 120 km de Porto Alegre, com a esperança frágil de encontrar seus entes queridos com vida.
As notícias desencontradas vinham de todos os lados, trazendo consigo um misto de esperança e desespero. Relatos sobre sua irmã correndo, seu pai e mãe ilesos, seu pai hospitalizado – tudo contribuía para a incerteza que a consumia. Artêmio, conhecido como Neco, de 72 anos, e Ivonete, de 64 anos, seus pais, foram encontrados após intensas buscas, mas a irmã mais nova, Natália, de 27 anos, ainda permanecia desaparecida.
A área devastada pelos deslizamentos era vasta e caótica, repleta de lama, entulho e árvores derrubadas. A possibilidade de Natália estar soterrada ou ter sido levada pelo rio aumentava a angústia de Marina, que recordava com carinho dos pais e da irmã perdida. Natália, uma jovem sonhadora e dedicada, havia realizado seu sonho de conhecer Nova York apenas dias antes da tragédia, deixando lembranças de uma viagem internacional inesquecível.
Marina descrevia Natália como uma jovem cheia de vida, com um futuro promissor pela frente. Sua relação próxima com a mãe e sua personalidade cativante eram lembradas com saudade pela irmã mais velha. A família Cobalchini contava entre as vítimas das enchentes e deslizamentos que assolaram a região, com os pais de Marina entre os 155 mortos e a irmã como um dos 94 desaparecidos.
Jhonas, o vizinho solidário, compartilhava da dor de Marina, tendo sua casa inundada pela lama, mas sem perder a vida. Ele se unia às buscas diárias, enfrentando dias desafiadores em meio à devastação causada pela natureza. A incerteza e a esperança se mesclavam em cada momento, enquanto a comunidade se unia em esforços para superar a tragédia e reconstruir o que foi perdido.
Fonte: © TNH1
Comentários sobre este artigo