União Barbarense, endividada, compra imóvel pelo 30% de seu avaliado valor, temendo demolição. Torcedores buscam tombamento em sete anos, rua 13 de Mayo, interior de São Paulo, 148km de SP. Estádio à venda, leilão iniciado, jurídicos, Justiça do Trabalho, credores, valores baixos, história amarga, campanha salvaguarda patrimônio da cidade.
O União Barbarense era uma equipe amadora, com menos de sete anos de existência, quando jogou pela primeira vez em seu próprio estádio. No campo construído na rua 13 de maio, em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, venceu um amistoso contra o Concórdia, de Campinas, por 3 a 1. Naquele dia, só quem estava ao redor do gramado sabia o que acontecia no jogo. O União Barbarense estava determinado a mostrar seu valor em campo.
No segundo tempo, a equipe do União Barbarense demonstrou grande entrosamento e garra, conquistando mais um gol e consolidando sua vitória. A torcida local se encheu de orgulho ao ver o time em ascensão, mostrando que o União Barbarense tinha potencial para se destacar no cenário esportivo da região. O futuro promissor aguardava o União Barbarense após aquela partida memorável.
União Barbarense: Uma História de Luta e Resiliência
O clube amador União Barbarense, localizado a menos de 148 quilômetros de São Paulo, tem uma história peculiar que remonta a mais de um século. Fundado em 1914, o time foi fruto da união entre o União e o 7 de Setembro, uma equipe ligada à Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara. A empresa, que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da cidade, cedeu ao clube uma área de 60 mil metros quadrados em 1920 para a construção do estádio.
Inaugurado em 22 de maio de 1921, o estádio, posteriormente batizado como Antônio Lins Ribeiro Guimarães, é um marco na história da cidade. Com uma história rica e uma base de torcedores apaixonados, o União Barbarense conquistou a taça da Série C em 2004, um dos momentos mais marcantes para a equipe.
No entanto, nos últimos anos, o clube tem enfrentado desafios significativos. Asfixiado por dívidas, o União Barbarense viu seu maior patrimônio, o estádio, ser leiloado por determinação da Justiça do Trabalho. O valor arrecadado, de R$ 11 milhões, foi considerado insuficiente para quitar as dívidas com os credores, que processaram o clube.
A batalha nos tribunais tem se arrastado ao longo dos anos, com recursos sendo negados e novas tentativas de reverter a situação. Em abril, o TST negou mais um recurso do clube, que buscava anular o edital que levou o estádio a leilão. Com a possibilidade de novos recursos, a incerteza paira sobre o futuro do União Barbarense.
Em meio a esse cenário desafiador, a comunidade local se mobilizou em uma campanha pelo tombamento do estádio, buscando preservar esse patrimônio histórico da cidade. Apesar de alguns reveses nos tribunais, os torcedores e políticos locais continuam lutando pela manutenção do estádio como parte da história e identidade de Barbarense.
Diante da iminente decisão da Justiça, o clube enfrenta um momento de incerteza e apreensão. Carlos Dalberto, membro-fundador da TUSB, expressou sua emoção diante da possibilidade de desocupação do União Barbarense, um local que representa décadas de história e paixão pelo futebol. A esperança de uma solução jurídica parece cada vez mais distante, deixando a comunidade e os torcedores ansiosos pelo desfecho dessa saga.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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