Flexibilização monetária nos EUA ofuscada por desaceleração brusca da atividade econômica e balanços frustrantes pesam sobre índices europeus.
As preocupações com uma desaceleração mais pronunciada da economia brasileira foram acentuadas nesta semana, com os últimos dados mostrando um crescimento menor do que o previsto. A incerteza nos mercados reflete a cautela dos investidores diante do cenário econômico atual.
Os investidores acompanham de perto o pregão desta sexta-feira, em busca de sinais de recuperação. A liquidação das operações financeiras pode trazer mais clareza sobre o impacto da desaceleração econômica nos próximos meses.
Economia Europeia e os Mercados Acionários em Queda
Como desdobramento dos últimos acontecimentos, os mercados acionários europeus encerraram a semana com desempenho negativo, registrando quedas expressivas de até 4%. O índice pan-europeu Stoxx 600 acumulou perdas de 2,92%, enquanto o FTSE 100 da Bolsa de Londres caiu 1,34%. Na mesma linha, o DAX de Frankfurt cedeu 4,11% e o CAC de Paris registrou queda de 3,54%.
A semana foi marcada pela sinalização do início da flexibilização monetária nos EUA em setembro e pelo primeiro corte nos juros pelo banco central da Inglaterra desde o início da pandemia. No entanto, esse otimismo foi ofuscado pela desaceleração brusca da atividade econômica nas regiões, com o índice de gerente de compras (PMI) da Alemanha e da zona do euro mantendo-se em território contracionista, abaixo de 50.
A desaceleração mais acentuada despertou receios entre os investidores de uma possível recessão iminente e inevitável. No pregão derradeiro da semana, os mercados acionários europeus foram impactados pelos dados mais fracos do que o esperado do relatório de empregos dos EUA, levando as bolsas à mínima do dia.
Durante o pregão, o Stoxx 600 encerrou com queda de 2,73%, o FTSE 100 caiu 1,31%, o DAX recuou 2,33% e o CAC 40 cedeu 1,61%. A liquidação afetou especialmente as empresas do setor de tecnologia e financeiro, com destaque para as quedas nas ações do Société Générale e Crédit Agricole em Paris, e do HSBC e Barclays em Londres.
Os estrategistas do Deutsche Bank destacaram que o aumento nos pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA gerou preocupações sobre a política monetária restritiva do Federal Reserve e a queda no ISM industrial para 46,8 pontos em julho. O desempenho fraco nos dados de julho, com frustração na geração de empregos, salários e aumento da taxa de desemprego para 4,3%, contribuiu para a aversão ao risco e a queda das bolsas europeias.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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