Segundo Roberto Padovani, o mercado imobiliário brasileiro não será afetado pela desaceleração na China, mantendo-se estável.
A crise imobiliária que assola muitos países ao redor do mundo tem impactado profundamente a economia global. Diversos fatores, como o aumento dos preços dos imóveis, a desaceleração econômica e o desemprego em massa, contribuíram para um cenário de instabilidade no setor. Países como Estados Unidos, Espanha e Japão já enfrentaram grandes crises imobiliárias no passado, trazendo à tona a fragilidade do mercado de imóveis em momentos de turbulência econômica.
A crise do mercado de imóveis pode ter efeitos devastadores em diversas esferas da sociedade, afetando não apenas os investidores e empresários do ramo imobiliário, mas também famílias em busca de moradia digna. Governos de todo o mundo têm buscado soluções para conter os impactos negativos dessa crise, implementando medidas de estímulo e regulação do mercado. A recuperação do setor imobiliário se mostra como um desafio complexo e demorado, exigindo cooperação e planejamento estratégico para a retomada do crescimento sustentável.
Crise Imobiliária: Impactos no Brasil
As incorporadoras que surfaram os bons momentos da construção agora se viam em um País com a população diminuindo e empobrecendo, o que gerou a diminuição da demanda, a queda no preço dos prédios e o esvaziamento de edifícios. Esta crise imobiliária impulsionou empresas do setor a buscarem empréstimos para lidar com o cenário negativo enquanto a bolha estourava.
Impacto da Crise do Mercado de Imóveis na Economia Global
Nos primeiros dois meses de 2024, as vendas de edifícios comerciais caíram cerca de 20,5% e os investimentos no setor registraram queda de 9%, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas da China. Enquanto a crise imobiliária chinesa afeta o crescimento local, outras nações também já sentem os efeitos das instabilidades na segunda maior economia do mundo.
O Brasil, entretanto, não deve sofrer tanto com o declínio observado no mercado imobiliário chinês. É isso que afirma Roberto Padovani, Economista-chefe do banco BV. ‘Hoje somos menos dependentes do ciclo econômico da China, o que suaviza o impacto dessa desaceleração‘, argumenta. ‘Pelo contrário, nos tornamos um grande exportador global de commodities para outros mercados’, acrescenta.
Mercado Imobiliário: Desafios e Oportunidades
O economista observa que a diminuição do ritmo de crescimento da China está ligada à queda do poder de consumo da população e à necessidade das empresas locais de renegociarem suas dívidas. Este cenário faz com que o País demande menos matérias-primas do mercado brasileiro. Por outro lado, a diminuição da demanda chinesa contribui com o barateamento da matéria-prima global.
+ Balança comercial tem superávit recorde de US$ 5,447 bi em fevereiro Não à toa, a Balança Comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,504 bilhão na 3ª semana de março de 2024, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).
Desafios da Crise Imobiliária Global e Oportunidades para o Brasil
‘O Brasil tem conquistado mercados globais e isso vai atenuando a influência da crise aqui, além de manter espaço para o Banco Central continuar cortando as taxas de juros’. Lições da crise chinesa Padovani argumenta que a crise imobiliária em curso na China também não é capaz de influenciar o mercado brasileiro.
‘Há a impressão de que depois da pandemia, passamos a ter mercados globais menos integrados, o que favorece países emergentes’, adianta. ‘O cenário da crise imobiliária chinesa exerce o efeito contrário e gera fatores que alimentam a renda, o crédito e a confiança no Brasil.
Os Desdobramentos da Crise Imobiliária: Perspectivas para o Futuro
Ajustes até a normalização’, observa. Para Padovani, a experiência chinesa deve seguir um processo lento de redução de endividamento das empresas. ‘A crise imobiliária tem convencido os investidores que a desaceleração que tem sido vista na China desde 2012 vai continuar. O debate é quanto. Ao invés de crescer 9% ao ano, pode ser 3%.
É um mundo em que teremos commodities com um preço mais estável e isso constrói um cenário para o futuro sem uma exuberância’. Leia mais: Valores de bens imobiliários no metaverso despencam Confira os bairros de São Paulo com mais imóveis vendidos no primeiro semestre O que fazer se a construtora atrasar a entrega do seu apartamento?
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Fonte: © Estadão Imóveis
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