Condições de mau tempo no mercado de ações em maio. Empresas com maiores desvalorizações no Ibovespa devido a expectativas negativas de inflação.
O inverno está prestes a começar, mas o frio já se instalou na região da Faria Lima. As baixas temperaturas podem ter impacto no desempenho do Ibovespa. No entanto, as oscilações recentes mostram que outros fatores estão influenciando o comportamento do Ibovespa.
Em meio a essas variações, as ações na bolsa de valores estão sendo afetadas. O índice do Ibovespa reflete as mudanças no mercado, mostrando a volatilidade presente. Os investidores estão atentos às movimentações na bolsa em busca de oportunidades.
Desvalorização Cambial e Reação Negativa no Ibovespa
Bem distante dos dias ensolarados em que o Ibovespa brilhava forte, alcançando a marca dos 134 mil pontos, quase todos os elementos para um cenário adverso se consolidaram no mercado de ações em maio. Observou-se um movimento ascendente na curva de juros, uma desvalorização cambial e, acima de tudo, uma reação desfavorável por parte do mercado devido às divergências na reunião do Copom.
Semana após semana, as projeções de inflação do Boletim Focus têm aumentado, o que tem sido interpretado pelo mercado como um afastamento de possíveis reduções na taxa básica de juros, a Selic. Isso teve um impacto significativo sobre as empresas mais sensíveis às variações na curva de juros. Além disso, houve a questão da interferência na Petrobras, com a mudança na liderança.
Diversos fatores contribuíram para uma queda mais acentuada do que o previsto para o mês, conforme resumiu Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. O desempenho mensal não foi ainda mais desfavorável devido aos resultados trimestrais.
Mesmo diante do tom crítico em relação aos altos patamares de juros, várias empresas conseguiram apresentar um desempenho satisfatório, registrando crescimento e mantendo seus planos de investimento. Nesse contexto, destacam-se as dez ações com as maiores valorizações no Ibovespa. Empresas como JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) se destacaram, com o setor de frigoríficos tendo um desempenho excepcional no mês, especialmente devido aos resultados positivos da JBS e da Marfrig.
As ações da JBS, por exemplo, tiveram um aumento de 23,04% em maio, sendo que a maior parte desse crescimento, cerca de 15%, ocorreu após a divulgação dos resultados da empresa em 14 de maio. Igor Guedes, analista de frigoríficos da Genial Investimentos, apontou que a melhora na margem de lucro da JBS se deveu principalmente aos segmentos Seara e USA Pork, impulsionando um resultado acima das expectativas.
O interesse pelos papéis da JBS foi despertado pela confirmação da estratégia de investimentos da empresa, baseada na diversificação geográfica e de produtos. A escassez de gado nos Estados Unidos desde o ano passado tem impactado os custos da JBS Beef North America, principal divisão de negócios da companhia. A inflação robusta nos EUA tem levado os consumidores a optarem por proteínas mais acessíveis, o que afetou o desempenho da empresa.
Apesar disso, as outras divisões de negócios da JBS continuam contribuindo significativamente para a receita total. A Pilgrim’s Pride Corporation, divisão de frangos nos EUA, representa cerca de 20% da receita e deve apresentar um cenário favorável ao longo do ano, mantendo a rentabilidade em níveis elevados, conforme destacado pela Genial.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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