Análise da média móvel de indicadores de desemprego nos EUA aponta recessão em fase inicial. Conclusão pode variar em crises econômicas.
A crise financeira não surge do nada no Brasil. O alerta foi dado pelo relatório com os números do desemprego no país, conhecido como ‘payroll‘, divulgado na semana passada.
Como lidar com essa crise econômica? É a pergunta que muitos se fazem diante da possibilidade de uma recessão iminente. A instabilidade econômica impacta diretamente as decisões de investimento e consumo, exigindo medidas rápidas e eficazes para lidar com a situação.
O que é a regra de Sahm e seu impacto em crises econômicas
E a análise que economistas realizaram desses dados passou por um termo que tem sido muito mencionado ultimamente: a regra de Sahm. Nomeada em homenagem à economista americana Claudia Sahm, essa regra é um modelo econômico reconhecido por sua capacidade de identificar o início de uma recessão com base em indicadores de desemprego. Em termos simples, segundo essa regra, a fase inicial de uma crise econômica pode ser prevista quando a média móvel de três meses da taxa de desemprego nos Estados Unidos estiver pelo menos 0,5 ponto percentual acima do menor nível dos 12 meses anteriores.
Vamos a um exemplo prático que gerou bastante agitação nos mercados recentemente. Em julho, a taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,3%, resultando em uma média móvel de três meses da taxa de desemprego de 4,1%. Se essa média estiver 0,5 ponto percentual ou mais acima do menor nível dos últimos 12 meses, a regra de Sahm indica uma recessão iminente. O menor nível da taxa de desemprego nos EUA nos últimos 12 meses foi de 3,5%, abaixo da média móvel após o aumento do desemprego em julho.
O dilema enfrentado pelo mercado financeiro é semelhante ao do general Macbeth na obra de William Shakespeare: será que o destino é inevitável ou a profecia, quando acreditada, se torna autorrealizável? A aura em torno da regra de Sahm se baseia no fato de que, no passado, ela previu o início de todas as recessões nos EUA. Isso gera preocupações entre investidores, levando a um clima de pânico nos mercados diante da possibilidade de uma recessão nos EUA.
Uma crise nos Estados Unidos tem impacto global, com a redução do consumo em escala mundial. Se a situação se deteriorar nos EUA, isso se refletirá em outros países devido à interconectividade das economias globais. Além disso, a desaceleração da economia chinesa, a segunda maior do mundo, indica que os níveis de consumo nesse país também estão diminuindo, contribuindo para um cenário de desaceleração econômica em larga escala.
Em um ambiente de recessão, com altas taxas de desemprego e queda da renda, o consumo de produtos, serviços, matérias-primas e ativos financeiros tende a cair. Como resultado, os preços sofrem pressão para baixo em diversos setores, agravando ainda mais a crise.É importante ficar atento aos sinais indicados pela regra de Sahm e às consequências de uma possível recessão nos EUA, pois seu impacto pode ser sentido em todo o mundo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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