Especialistas unânimes indicam melhor moeda para turismo na Argentina: dólar paralelo disparando, vantajoso na troca de rua.
Desde que Javier Milei assumiu a presidência da Argentina, em janeiro, o peso argentino continuou a se desvalorizar ante o dólar: em dezembro do ano passado, US$ 1 valia 103 pesos. Hoje, vale 215 pesos.
Com a instabilidade econômica, muitos argentinos buscam alternativas para proteger seu dinheiro. O aumento do dólar tem impactado diretamente a vida das pessoas, tornando cada vez mais desafiador manter a estabilidade financeira.
Alternativas inteligentes para lidar com a cotação do dólar
Em plataformas como MelhorCambio, aqueles interessados em adquirir a moeda argentina na categoria de turismo serão contemplados com apenas 113 pesos por cada real. Esta cotação reduzida é reflexo da escassa demanda pela moeda argentina no Brasil, assim como a falta de interesse pelo real na Argentina. Nesse contexto, os especialistas concordam que a opção mais acertada é levar dólares ao viajar para a Argentina, visto que a equivalência atual é de 918 pesos argentinos para cada US$ 1.
A especialista em planejamento financeiro, Luciana Ikedo, destaca que é comum encontrar preços expressos em peso e em dólar no país, sendo a moeda americana geralmente a mais vantajosa. Apesar da crescente valorização do dólar paralelo, conhecido como dólar blue, atingindo a marca de 1.400 pesos, Ikedo ressalta a importância de evitar transações cambiais informais, especialmente aquelas realizadas nas ruas. Tais práticas são consideradas ilegais e podem resultar na obtenção de notas falsas.
Desde dezembro de 2022, o governo argentino autorizou que turistas efetuem transações mais econômicas no país por meio de cartões de débito, crédito ou pré-pagos internacionais, provenientes de instituições bancárias ou contas digitais. Essa medida visa desencorajar o uso de dinheiro em espécie e desestimular o mercado cambial paralelo.
A modalidade de cotação vinculada à aquisição de títulos de dívida argentina por parte das empresas de pagamentos tem se mostrado mais vantajosa do que a oficial. Grandes bandeiras de cartões e redes de remessas estão entre as entidades que oferecem essa possibilidade. Portanto, os cartões internacionais representam uma alternativa viável para portar dólares na Argentina.
Segundo relatos, o uso de cartões internacionais no país vizinho pode resultar em uma cotação apenas 3% a 5% superior àquela obtida no mercado paralelo. Além de ser mais seguro, essa prática evita a necessidade de transportar grandes quantias em dinheiro. Bruno Foresti, diretor do Ouribank, destaca que outra opção interessante é utilizar serviços de remessas, como a Western Union, que oferece uma cotação favorável entre o real e o peso argentino.
Contudo, é importante ressaltar que é preciso retirar o dinheiro pessoalmente e há uma taxa de R$ 10 por envio. A Western Union também disponibiliza cartões para facilitar as transações. Foresti aconselha que, como medida de segurança, é prudente levar peso argentino em espécie apenas para despesas menores, como serviços e gorjetas.
Em Buenos Aires, por exemplo, é relativamente simples efetuar a troca por dólares ou utilizar cartões. No entanto, em localidades menores, como Mendoza, ou em estabelecimentos mais remotos, essa tarefa pode se mostrar mais desafiadora. Diante dessa realidade, a conveniência de não se preocupar constantemente com a troca de dinheiro pode superar a economia potencial.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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