Menos cortes refletem baixa credibilidade do governo na gestão das contas, segundo analistas do mercado financeiro e do Copom.
A mediana dos administradores de fundos multimercado prevê que os juros permanecerão em 10,50% neste ano, mas serão reduzidos para 9,5% em 2025 e para 9% em 2026, indicou uma pesquisa realizada pela empresa de análise Empiricus com 44 empresas de investimento. Os gestores reduziram significativamente suas apostas em cortes de juros no país, reflexo de uma deterioração na confiança do governo em relação ao equilíbrio das contas.
No segundo parágrafo, é importante considerar as possíveis variações das taxas de juros ao longo do tempo para tomar decisões financeiras mais assertivas. As mudanças nas taxas de juros podem impactar diretamente os investimentos e a economia como um todo, sendo essencial estar atento às projeções e análises do mercado para se adaptar adequadamente.
Revisão das Taxas de Juros e Gestão de Fundos
No início de junho, antes das declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acalmando o mercado, houve discussões internas sobre a revisão do Orçamento de 2025. A proposta é realizar uma análise abrangente e minuciosa dos gastos públicos. Antes desse movimento, a redução das metas fiscais no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) afetou a confiança dos investidores no governo.
O desequilíbrio fiscal tem impacto direto na inflação, podendo prolongar a permanência de juros elevados. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciará sua decisão sobre as taxas de juros na próxima quarta-feira, após reduzir o ritmo de queda da taxa Selic em sua última reunião.
Análises recentes indicam que os profissionais do mercado financeiro estão menos otimistas em relação aos juros nominais, o que reflete em uma menor expectativa de cortes nas taxas de juros. Por outro lado, a confiança permanece elevada em relação aos juros reais.
Apesar da estabilidade da inflação, as projeções futuras têm se mostrado mais elevadas, conforme revelado pela pesquisa Focus do Banco Central. A discussão em torno das taxas de juros tem se intensificado, levando muitos gestores a adotarem uma postura mais conservadora.
A Empiricus realizou uma pesquisa com gestores de fundos, que demonstraram preocupação com os indicadores econômicos do Brasil. O sentimento em relação às contas do governo, crescimento econômico e inflação piorou, destacando-se a deterioração das contas públicas.
Apesar do cenário desafiador, a percepção dos profissionais em relação à bolsa de valores brasileira melhorou ligeiramente, impulsionada pela atratividade dos preços das ações e dos resultados das empresas. A exposição ao risco nos portfólios dos fundos aumentou, mas a maioria mantém menos de 50% do capital em ativos de alto risco.
Para os próximos meses, a tendência predominante é de aumento do risco nos investimentos. No mercado internacional, a confiança em relação às bolsas dos Estados Unidos diminuiu, apesar dos recordes sucessivos.
Os dados de inflação nos EUA ficaram aquém das expectativas, porém o Federal Reserve prevê apenas um corte nas taxas de juros em 2024. A perspectiva dos gestores aponta para a manutenção dos juros em 5% este ano, com reduções para 4% em 2025 e 3% em 2026, refletindo a persistência da inflação na região.
Na Europa, apesar dos sinais de recuperação econômica, o Banco Central Europeu optou por reduzir as taxas de juros. Enquanto na China, o setor imobiliário continua enfrentando desafios, apesar das medidas de estímulo do governo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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