Com juros altos, fundos imobiliários enfrentam desafios, mas gestores veem oportunidades em imóveis. Os mais líquidos aproveitam o momento de inflexão.
Com a atual situação de juros elevados, os fundos imobiliários de tijolo, que são os fundos que aplicam em imóveis físicos, estão enfrentando um período desafiador. Essa classe de fundos imobiliários encontra dificuldades maiores para atrair investimentos dos investidores em momentos como este, nos quais eles optam pela renda fixa e a aquisição de imóveis se torna menos atrativa.
Apesar das adversidades enfrentadas pelos fundos imobiliários de tijolo, é importante considerar que existem outras opções no mercado, como os fundos de investimento imobiliário em papel. Esses fundos oferecem uma alternativa interessante para os investidores que buscam diversificar suas carteiras e obter retornos atrativos no setor imobiliário.
Novas perspectivas nos investimentos imobiliários e fundos
Contudo, os gestores desses produtos estão visualizando oportunidades de investimento em imóveis e aqueles com mais caixa conseguem aproveitar disso. Pedro Dalto, sócio e responsável pelos fundos imobiliários da SPX, atravessou o primeiro semestre com um olhar mais pessimista em relação a essa categoria de fundos imobiliários, mas agora se encontra mais otimista.
‘Acredito que estamos em um momento de inflexão nesse cenário dos fundos de tijolo’, afirmou ele durante um evento promovido pela XP nesta quarta-feira (17). ‘Às vezes nos pegamos lamentando que o primeiro semestre foi desafiador, mas todos captaram bastante. O crescimento não foi o que esperávamos em dezembro, mas foi bastante robusto’, comentou.
Segundo Dalto, a empresa está apostando no desenvolvimento dos fundos imobiliários de tijolo e de produtos que ainda não estão disponíveis no mercado. Nas carteiras, a gestora está investindo em galpões logísticos, principalmente. A SPX também está de olho nos empreendimentos imobiliários urbanos, com o varejo crescendo acima do esperado, e nos data centers.
‘Este é um momento oportuno para adentrar nos fundos de tijolo. Nunca obtive lucro nas baixas de juros, apenas nos ciclos de alta’, afirmou o sócio da SPX. ‘Acredito que a indústria de fundos imobiliários irá mais do que dobrar em três anos. Não seria absurdo dizer que poderemos ter 5 milhões de cotistas em 2027’, previu.
Felipe Teatini, responsável pela área de relacionamento com investidores do fundo de shopping XP Malls, expressou confiança nas promessas que o segundo semestre reserva para esses fundos de shopping, apesar do mercado não estar barato. ‘Estamos aguardando por oportunidades, quem sabe novas emissões. O mercado de shopping está muito aquecido’, mencionou.
‘Estamos entusiasmados com as perspectivas para os shoppings neste e no próximo ano, há muitas coisas boas a caminho’, acrescentou. José Varandas, co-responsável pela área imobiliária e sócio da Valora, observou que os fundos imobiliários enfrentam uma grande dificuldade para captar dinheiro dos investidores atualmente, mas que está se abrindo um mercado para transações.
‘Essa escassez de dinheiro leva o mercado comprador a ter melhores alternativas’, explicou. ‘Continuamos bastante ativos e identificando oportunidades que se encaixam. Se as expectativas de juros tivessem diminuído, eu não estaria negociando como estou agora. É um bom momento para fazer negócios, o desafio é empregar estratégias para atrair os investidores mesmo nesse momento’, acrescentou.
Na análise dele, as maiores oportunidades estão em escritórios e shoppings.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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