No mercado de ações desafiador, gestores de fundos veem oportunidade em papéis de empresas boas com desconto.
Apesar da bolsa de valores Brasileira estar em queda, os especialistas financeiros acreditam que este é o momento ideal para investir em diversas ações que estão com preços mais baixos e pertencem a empresas sólidas. Eles ressaltam a qualidade de muitas companhias, mesmo diante do cenário desafiador, e afirmam que o Ibovespa não reflete de forma precisa o desempenho do mercado.
Os investidores estão atentos às oportunidades presentes no mercado de ações e consideram que o índice da Bovespa pode não ser o melhor indicador para avaliar as condições econômicas atuais. É importante analisar com cautela as opções de investimento disponíveis e buscar por papéis com potencial de valorização a longo prazo.
Reflexões sobre o Ibovespa e o mercado de ações brasileiro
Na análise de Florian Bartunek, sócio-fundador e chefe de investimentos da Constellation, apesar do ambiente desafiador, muitas empresas estão indo bem. Ele destaca a importância de investir em empresas caminhantes, que mantêm sua qualidade no grande mercado de ações. ‘É fundamental ter empresas sólidas que continuem sendo líderes’, afirmou Bartunek durante um evento da Icatu.
Bartunek expressou um certo otimismo em relação ao futuro, ressaltando que os bons gestores de fundos têm superado o CDI e o Ibovespa a longo prazo. Ele também mencionou a natureza cíclica da bolsa de valores brasileira, descrevendo o país como um lugar de altos e baixos constantes. ‘O Brasil é um caso peculiar. Passa por altos e baixos, mas sempre encontra um equilíbrio’, comentou.
O sócio-fundador da Constellation observou que os investidores estrangeiros têm uma abordagem diferente em relação à bolsa brasileira, optando por um horizonte de investimento mais amplo. Enquanto os brasileiros tendem a ser mais pessimistas em certos momentos, os estrangeiros aproveitam as oportunidades de longo prazo. Essa dinâmica de mercado é interessante de se observar.
Por outro lado, Cesar Paiva, sócio-fundador e gestor da Real Investor, questionou a eficácia do Ibovespa como índice representativo do mercado de ações brasileiro. Ele enfatizou a importância de olhar além das empresas mais tradicionais e líquidas, buscando oportunidades em empresas menos convencionais. Paiva acredita que o Brasil oferece descontos significativos em ações de alta qualidade.
Paiva destacou a solidez das empresas em geral, prevendo um crescimento de cerca de 15% nos lucros para o próximo ano. Ele ressaltou a baixa alavancagem das empresas e a competição moderada no setor. Apesar de não ser um entusiasta de longo prazo da bolsa brasileira, Paiva reconhece que existem oportunidades a serem exploradas.
Em relação aos títulos públicos e ao mercado acionário, Paiva expressou sua preferência pelas ações de empresas com potencial de crescimento. Ele enfatizou a importância de aproveitar os momentos de crise para investir, ao invés de se prender a retornos passados. ‘É nos momentos de incerteza que surgem as melhores oportunidades’, concluiu.
Gabriel Raoni, gestor de fundos de ações da IP, ressaltou a importância de diversificar o portfólio entre ações brasileiras e estrangeiras. Ele apontou a concentração excessiva do Ibovespa em empresas de commodities e financeiras, destacando a escassez de empresas verdadeiramente excepcionais no mercado brasileiro.
Raoni enfatizou a necessidade de equilíbrio no portfólio para garantir estabilidade e segurança a longo prazo. Ele desmistificou a ideia de que é preciso ter acesso privilegiado às empresas para avaliá-las com profundidade, destacando a importância do amplo acesso à informação para todos os investidores interessados.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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