Equipe econômica adota discurso cauteloso. Ações beneficiadas por Trump devem valorizar, assim como dólar e ouro. Mercados abrem com cautela.
A equipe econômica do governo brasileiro está confiante na resiliência da economia nacional diante do atentado contra o ex-presidente americano Donald Trump. Especialistas acreditam que os impactos nos mercados brasileiros nesta segunda-feira serão controlados, mantendo a estabilidade financeira do país. Para um analista, a economia brasileira tem mostrado sua capacidade de se manter sólida em momentos de incerteza.
Os investidores estão atentos às movimentações das bolsas internacionais e seu reflexo nos negócios locais e nas finanças do Brasil. A expectativa é de que as bolsas se recuperem gradualmente, impulsionando os negócios e fortalecendo as finanças do país. Em meio a esse cenário, a economia brasileira se destaca pela sua resiliência e capacidade de adaptação.
Equipe econômica cautelosa diante de incertezas na economia
Outro especialista ressaltou que pode haver um leve estresse nos mercados, mas nada de grande proporção. Na última sexta-feira, um dia antes do incidente, membros da equipe econômica estavam comemorando a notícia de que o índice de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, o CPI, ficou abaixo das projeções em junho. O CPI registrou uma queda de 0,1% em relação a maio, contrariando a expectativa de um aumento de 0,1%, conforme analistas previam. Com isso, o índice acumulado em 12 meses recuou de 3,1% em maio para 3%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destaca frequentemente o impacto positivo que o início do ciclo de redução de juros pelo Federal Reserve, o banco central americano, poderia ter na economia brasileira. A taxa básica de juros nos EUA tem se mantido entre 5,25% e 5,5% ao ano desde julho de 2023.
No cenário internacional, de acordo com fontes do mercado financeiro ouvidas pela Bloomberg, os investidores estão se preparando para uma abertura volátil nos mercados nesta segunda-feira. A incerteza deve fortalecer o dólar americano, o iene e o ouro. Os futuros das bolsas americanas estão em alta, especialmente o Dow Jones, que engloba ações industriais.
Isso se deve ao aumento da probabilidade de vitória de Trump, o que favorece as ações industriais diante da possibilidade de retorno do protecionismo e de discussões sobre guerras tarifárias entre EUA e China. O ex-presidente tem debatido a imposição de uma tarifa única sobre a maioria dos produtos estrangeiros importados pelos EUA, além de ameaçar penalizar parceiros comerciais com práticas consideradas ‘desleais’. Trump planeja aumentar as tarifas e impor outras barreiras comerciais às importações chinesas, podendo restringir a propriedade chinesa de infraestruturas vitais nos EUA.
Na agenda desta segunda-feira, destaca-se a participação do presidente do Fed, Jerome Powell, em um evento público no Clube Econômico de Washington. Também na sexta-feira, o Ibovespa encerrou o décimo dia consecutivo em alta, impulsionado não só pelo CPI de junho, mas também por outros fatores, como o corte de R$ 25,9 bilhões em despesas do governo brasileiro anunciado por Haddad para o próximo ano e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, que registrou um aumento de 0,21% no mês passado, abaixo das projeções de analistas, que esperavam uma alta de 0,23%.
Outros eventos que podem impactar os mercados no Brasil nesta segunda-feira são as divulgações do Boletim Focus, às 8h30, e do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) de maio, às 9h, ambos divulgados pela autoridade monetária.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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