No Norte, 20% das unidades têm câmeras internas; especialistas dizem que não previnem ataques em escolas urbanas e rurais.
Em 2023, foi constatado que aproximadamente metade das escolas de Ensino Fundamental e Médio não contavam com sistema interno de câmeras de vídeo, conforme levantamento realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), divulgado nesta terça-feira (6). A falta de monitoramento por câmeras pode impactar a segurança e a vigilância nas escolas.
O estudo revelou que a ausência de câmeras de vídeo é mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste, com 23% e 33% das instituições de ensino sem esse recurso de segurança, respectivamente. A implementação de sistemas de monitoramento pode ser crucial para garantir a proteção e o controle de acesso nas unidades escolares. Investir em tecnologia de segurança é fundamental para promover um ambiente mais seguro e tranquilo dentro dos estabelecimentos de ensino.
Escolas rurais e segurança interna
Nas instituições de ensino rurais, somente 18% mostraram ter o sistema interno de segurança por vídeo. O sistema de segurança é um aspecto crucial para a proteção das unidades escolares. A rede pública, com 44% de adesão, fica atrás das escolas particulares, que alcançam 80% de implementação. A disparidade também é evidente entre as unidades do interior, com 47%, e as da capital, com 79%. Dentro da rede pública, uma em cada três escolas municipais não tinha adotado as câmeras no interior das unidades escolares.
Dados e crescimento das escolas
Uma pesquisa abrangente ouviu cerca de 3 mil escolas urbanas e rurais em todo o Brasil entre agosto de 2023 e abril deste ano. O levantamento utilizou informações do Censo Escolar da Educação Básica, que inclui o cadastro de mais de 130 mil instituições educacionais. Comparando com o ano anterior, houve um aumento de 7 pontos percentuais no número de unidades com equipamentos de segurança, chegando a 14 pontos em relação a 2022. O crescimento é mais expressivo nas escolas particulares, que saltaram de 65% para 80%, enquanto na rede pública, o aumento foi de 30% para 44%.
Segurança nas escolas e desafios
Em São Paulo, foram registrados 279 casos de ameaças a escolas em apenas uma semana de março do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Um trágico incidente na Escola Estadual Thomazia Montoro resultou na morte da professora Elisabeth Tenreiro. A desigualdade na distribuição de câmeras impacta na segurança patrimonial das instituições, mas não necessariamente nos ataques. O professor Daniel Cara, da Universidade de São Paulo (USP), destaca a importância de operadores capacitados para acionar protocolos de segurança em caso de risco. As câmeras, embora não impeçam ataques, são fundamentais para processos preventivos e investigativos. O Ministério da Educação (MEC) não se pronunciou até o momento.
Fonte: © CNN Brasil
Comentários sobre este artigo