Estudo de Oxford: medicamento reduz dependência de nicotina, protege contra riscos neurológicos e psiquiátricos, mais pesquisas são necessárias.
Uma recente investigação, realizada por estudiosos da Universidade de Oxford, revelou que remédios com a substância semaglutida – como o Ozempic e o Wegovy, produzidos pela empresa Novo Nordisk – estão associados a uma redução no risco de demência e na necessidade de nicotina.
Essa descoberta ressalta a importância dos medicamentos que contêm semaglutida no tratamento de condições como diabetes tipo 2. A substância semaglutida tem se mostrado promissora não apenas no controle do açúcar no sangue, mas também na proteção do cérebro e na redução de vícios, como o tabagismo.
Estudo sobre medicamentos a base de semaglutida e sua relação com a saúde neurológica e psiquiátrica
Um estudo recente, publicado em 10 de julho na revista eClinicalMedicine, investigou o impacto dos medicamentos para diabetes tipo 2 à base de semaglutida na saúde neurológica e psiquiátrica. Os pesquisadores analisaram se a substância poderia representar riscos adicionais em comparação a outros medicamentos antidiabéticos comuns. Surpreendentemente, os resultados revelaram que o remédio não apresentou riscos significativos e, na verdade, mostrou-se benéfico na proteção contra condições neurológicas e psiquiátricas.
Para conduzir a pesquisa, os cientistas utilizaram uma vasta quantidade de dados, incluindo mais de 100 milhões de registros médicos de pacientes nos Estados Unidos, dos quais mais de 20 mil estavam em tratamento com semaglutida. Eles observaram que o medicamento não estava associado a um aumento do risco de demência, depressão ou ansiedade em comparação com outros tratamentos antidiabéticos convencionais.
Além disso, o estudo revelou que os pacientes que utilizavam medicamentos contendo semaglutida tinham um risco reduzido de desenvolver problemas cognitivos e dependência de nicotina em comparação com aqueles que não faziam uso da substância. Essas descobertas sugerem que a semaglutida pode oferecer benefícios além do controle do diabetes, contribuindo para o tratamento e prevenção do declínio cognitivo e do abuso de substâncias.
O professor clínico da Universidade de Oxford, Riccardo De Giorgi, autor principal do estudo, destacou que os resultados indicam potenciais benefícios inesperados do uso de semaglutida. Ele ressaltou a importância dessas descobertas para a saúde pública, especialmente no que diz respeito à redução do déficit cognitivo e das taxas de tabagismo entre pacientes com diabetes.
No entanto, a equipe de pesquisa enfatizou a necessidade de mais estudos para compreender completamente como a semaglutida pode proporcionar esses efeitos positivos contra a demência e a dependência de nicotina. Max Taquet, autor sênior do estudo, ressaltou a importância de replicar os resultados em ensaios clínicos randomizados para validar e expandir as descobertas.
Em resumo, os resultados deste estudo trazem boas perspectivas para o uso de medicamentos à base de semaglutida, não apenas no controle do diabetes, mas também na promoção da saúde neurológica e psiquiátrica dos pacientes. Mais pesquisas são necessárias para explorar completamente o potencial terapêutico dessa substância e seus efeitos benéficos adicionais.
Fonte: © CNN Brasil
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