Atletas de futebol entram com ação contra entidade máxima do esporte por condições de trabalho saudáveis e férias remuneradas.
Integrantes da FifPro, sindicato mundial dos jogadores de futebol, moveram, hoje, uma ação legal contra a Fifa, devido à introdução do Mundial de Clubes, em 2025. O coletivo alega que a organização agiu de forma unilateral no cronograma internacional de partidas e as medidas adotadas infringem os direitos dos atletas no Mundial de Clubes.
A competição do Mundial de Clubes é um marco importante no cenário internacional do futebol, e a ação da FifPro destaca a importância de garantir a participação dos jogadores nas decisões que impactam diretamente suas carreiras. A discussão sobre o novo formato do Mundial de Clubes continua a gerar debates acalorados no âmbito internacional do esporte, demonstrando a relevância do tema para toda a comunidade futebolística.
Mundial de Clubes: Competição Internacional em Destaque
Com o apoio da FifPro, a Associação de Jogadores Profissionais de Futebol da Inglaterra e a francesa União Nacional de Jogadores Profissionais solicitaram ao Tribunal de Comércio de Bruxelas para encaminhar o caso ao Tribunal de Justiça da União Europeia. A premissa central são os direitos garantidos pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, como a proibição de trabalho forçado, a liberdade de trabalho, a negociação de acordos coletivos, a garantia de condições saudáveis de trabalho e o direito a um período anual de férias remuneradas.
O Mundial de Clubes de 2025 pode resultar em times europeus disputando até 70 jogos. Com a nova configuração do torneio, que contará com 32 equipes, os próximos três anos terão competições internacionais agendadas para junho e julho, incluindo a Eurocopa/Copa América em 2024, o Mundial de Clubes em 2025 e a Copa do Mundo em 2026. Esse período coincide tradicionalmente com as férias no futebol europeu. A FifPro e a Associação Mundial das Ligas (WLA) anteriormente ameaçaram a Fifa com medidas legais devido a esse calendário congestionado.
Em meio a polêmicas, o Real Madrid desmentiu Ancelotti e confirmou sua participação no Mundial de Clubes de 2025. Ancelotti havia declarado que o clube não iria competir, mas posteriormente voltou atrás em sua decisão. Diante do impasse nas negociações, a responsabilidade agora recai sobre garantir que os direitos fundamentais dos atletas sejam plenamente respeitados, levando a questão aos tribunais europeus e, consequentemente, ao Tribunal de Justiça da União Europeia.
‘Não se trata de estigmatizar uma competição específica, mas sim de expor tanto a questão subjacente quanto o ponto crítico que levou a situação ao limite’, afirmou o presidente da FifPro Europa, David Terrier. Na ocasião das ameaças, a Fifa defendeu-se das acusações da FifPro e da WLA, alegando que houve consultas com confederações continentais, ligas, clubes e jogadores, além de que organiza apenas ‘uma pequena fração’ de jogos de clubes anualmente.
A Associação Europeia de Clubes (ECA) firmou um acordo de cooperação com a Fifa em 2023, o qual inclui compromissos de colaboração na organização de competições de clubes e uma participação mais ativa das equipes nas decisões comerciais referentes à edição de 2025 do Mundial. Manchester City, Chelsea e Paris Saint-Germain, juntamente com outros nove clubes europeus, estão confirmados para o torneio.
O Mundial de Clubes de 2025 ocorrerá nos Estados Unidos, entre 15 de junho e 13 de julho, com oito grupos compostos por quatro equipes cada, disputando em turno único. Os dois melhores de cada grupo avançam para as oitavas de final, que serão decididas em jogo único, sem disputa de terceiro lugar. Até o momento, 29 times já estão classificados, incluindo Palmeiras, Flamengo e Fluminense do Brasil, como campeões da Libertadores em anos anteriores.
Fonte: © GE – Globo Esportes
Comentários sobre este artigo