Série na Netflix mostra mulher grávida de gêmeos de pais diferentes; especialistas explicam gestação rara e processo de paternidade.
A série dramática brasileira ‘Parte de Mim’, protagonizada por Juliana Paes (Liana) e por Vladimir Brichta (Tomás), foi lançada na Netflix nesta sexta-feira (5). A história aborda uma situação de Superfecundação, em que uma mulher espera gêmeos, porém descobre que eles são fruto de dois pais distintos.
A trama envolvente de ‘Parte de Mim’ explora a complexidade da Superfecundidade, revelando os desafios e emoções únicas vivenciadas pela personagem principal. A narrativa destaca a jornada de Liana em lidar com a descoberta surpreendente, proporcionando um mergulho profundo no tema da Superfecundação.
Superfecundação: um fenômeno raro e curioso
A superfecundação heteroparental é um tipo raríssimo de gestação que intriga especialistas em reprodução humana. Trata-se de um fenômeno em que gêmeos fraternos têm pais biológicos diferentes, um verdadeiro enigma da natureza que desafia a lógica reprodutiva.
De acordo com Paula Marin, ginecologista renomada, esse processo extraordinário ocorre quando uma mulher libera dois ou mais óvulos durante o mesmo ciclo menstrual, e esses óvulos são fertilizados por espermatozoides de diferentes parceiros sexuais. A superfecundação heteroparental é um verdadeiro espetáculo da natureza, um evento que desafia as probabilidades e surpreende até os especialistas mais experientes.
A produção científica sobre esse tema é escassa, dada a raridade do fenômeno. Um estudo da Sociedade Internacional de Estudos de Gêmeos identificou apenas três casos de superfecundidade heteroparental em um extenso banco de dados de testes de parentesco, composto por 39 mil registros. Essa constatação reforça a singularidade e a excepcionalidade desse tipo de gestação.
A superfecundação heteroparental desafia as noções convencionais de reprodução e fertilidade. Segundo Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, a ocorrência desse fenômeno é extremamente rara devido à complexidade do processo. A liberação de dois óvulos em um mesmo ciclo menstrual é um evento incomum na espécie humana, tornando a superfecundação heteroparental um verdadeiro enigma biológico.
Esse tipo de gestação, embora raro, pode ocorrer tanto de forma natural quanto por meio de técnicas de reprodução assistida. A janela de oportunidade para a superfecundação heteroparental é estreita, exigindo relações sexuais com diferentes parceiros dentro de um curto período de tempo. Os espermatozoides podem sobreviver no trato reprodutivo feminino por vários dias, enquanto o óvulo permanece viável por um período limitado após a ovulação, o que torna o processo ainda mais complexo e fascinante.
Embora a superfecundação heteroparental possa ocorrer em casos de fertilização in vitro, essa prática é proibida de acordo com a Resolução de 2022 do Conselho Federal de Medicina. A complexidade e a raridade desse fenômeno desafiam os limites do conhecimento científico e continuam a intrigar especialistas em reprodução humana em todo o mundo.
Fonte: © CNN Brasil
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