Pacientes em pesquisa ganharam capacidade auditiva de reconhecimento de fala, beneficiando-os com melhor percepção em ambientes ruidosos.
Cinco crianças que nasceram surdas conseguiram ter sua audição restaurada com a ajuda de uma nova terapia-genética. O tratamento faz parte de um estudo inédito e foi projetado especificamente para uma forma de surdez hereditária.
A intervenção-genética realizada nessas crianças foi um marco na área da medicina, mostrando o potencial da abordagem-genética para tratar condições genéticas. A terapia-genética oferece esperança para muitos pacientes com doenças hereditárias, abrindo caminho para novas descobertas e avanços na área da genética médica.
Avanços na Terapia Genética para Surdez
Os resultados mais recentes, divulgados nesta quarta-feira (5) na revista Nature Medicine, destacam um marco significativo na área da terapia-genética. Este foi o primeiro ensaio clínico global a aplicar tratamento-genético de forma bilateral, ou seja, em ambos os ouvidos dos pacientes. A fase inicial da pesquisa, realizada no início deste ano, havia focado na intervenção-genética em apenas um dos ouvidos das crianças.
Os novos dados revelam benefícios adicionais em relação ao estudo anterior, enfatizando a importância da abordagem-genética para melhorar a capacidade auditiva e o reconhecimento de fala em ambientes desafiadores. Os resultados foram conduzidos por uma equipe de pesquisadores do Mass Eye and Ear, afiliado ao Mass General Brigham nos EUA, e do Eye & ENT Hospital da Universidade Fudan em Xangai, China.
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‘Os avanços alcançados por meio desses estudos são notáveis’, afirmou Zheng-Yi Chen, co-autor sênior do estudo. ‘A progressão na capacidade auditiva das crianças tratadas é impressionante, e os benefícios adicionais observados com a terapia-genética bilateral são promissores para o futuro.’
O objetivo principal dos pesquisadores é proporcionar às crianças com surdez hereditária a capacidade de ouvir em três dimensões, o que é fundamental para a comunicação e o desempenho de atividades cotidianas. Restaurar a audição em ambos os ouvidos pode maximizar os benefícios da recuperação auditiva, conforme explicou Yilai Shu, principal autor do estudo.
A pesquisa envolveu o tratamento de cinco crianças com a condição DFNB9, uma forma de surdez causada por mutações genéticas no gene OTOF. Utilizando uma técnica cirúrgica especializada e minimamente invasiva, os pesquisadores injetaram cópias funcionais do gene OTOF humano nos ouvidos internos dos pacientes por meio de um vírus adeno-associado (AAV).
Com mais de 430 milhões de pessoas em todo o mundo sofrendo de perda auditiva incapacitante, sendo 26 milhões delas nascidas com a condição, a pesquisa destaca a importância da terapia-genética como uma abordagem inovadora para tratar a surdez hereditária. A fase inicial do tratamento bilateral foi concluída em julho de 2023, e os resultados promissores justificam a realização de ensaios clínicos em escala global.
Fonte: © CNN Brasil
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