Estudo mostra que pessoas que menstruam enfrentam violação de direitos e desigualdades na acesso a itens de higiene básicos.
Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) constatou que 19% das indivíduas que menstruam no Brasil enfrentam dificuldades financeiras para adquirir absorventes higiênicos.
O Unicef, braço da ONU voltado para a proteção da infância, tem como objetivo garantir que todas as meninas e mulheres tenham acesso a produtos de higiene menstrual adequados. A falta de recursos para a compra de absorventes pode impactar negativamente a saúde e o bem-estar dessas pessoas, sendo essencial promover a conscientização e ações para garantir a dignidade e a saúde menstrual para todas.
Unicef: Enfrentando Desigualdades na Pobreza Menstrual
Segundo Gabriela Monteiro, oficial de participação de adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância, a situação de pobreza menstrual representa uma ‘violação de direitos e um desafio para garantir a dignidade menstrual’. Para o Unicef, a falta de acesso a absorventes é apenas uma das muitas questões enfrentadas por meninas e adolescentes que menstruam.
A especialista explicou que a discussão sobre o tema ganhou maior visibilidade no Brasil a partir de 2021, quando o Unicef lançou um relatório sobre o cenário de desigualdades enfrentadas por meninas e adolescentes que menstruam. Além da falta de acesso a absorventes, Monteiro destacou que a dignidade menstrual envolve também a disponibilidade de informações adequadas, infraestrutura sanitária e um ambiente livre de constrangimentos.
Impacto na Educação e Vida Social
De acordo com a pesquisa, 77% dos adolescentes entrevistados já sentiram constrangimento em espaços públicos ou na escola por estarem menstruados. Essa realidade pode levar à evasão escolar e dificultar a participação em atividades sociais e esportivas. O Unicef destaca que a pobreza menstrual não é apenas um desafio individual, mas um problema social complexo que afeta a educação e a vida social das meninas.
Gabriela Monteiro ressaltou que a pobreza menstrual é um problema complexo, atravessado por questões de classe e raça, exigindo políticas públicas extensivas para garantir a dignidade menstrual em todo o país. O Fundo das Nações Unidas para a Infância destaca a importância de abordar essas desigualdades e constrangimentos para promover um ambiente mais inclusivo e igualitário para todas as meninas e adolescentes.
Fonte: © CNN Brasil
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