Analistas da Janus Henderson possuem visão neutra para ações globais no 2º trimestre, apontam bolsões de oportunidades e áreas de cautela.
A avaliação de ações em índices ponderados por capitalização de mercado é uma prática comum no mundo dos investimentos. Com base no valor de mercado de cada empresa, esse tipo de índice dá maior peso às empresas de maior valor, refletindo a importância delas no mercado financeiro. Essa metodologia permite uma visão mais ampla e realista do desempenho do mercado de ações, levando em consideração o tamanho e a influência de cada empresa.
Além disso, investidores podem utilizar essa ponderação para tomar decisões mais informadas sobre seus ativos financeiros. Ao observar como as diferentes papéis se comportam dentro de índices ponderados por capitalização de mercado, é possível identificar tendências e oportunidades de investimento. Dessa forma, a análise desses títulos inseridos nesse contexto específico pode fornecer insights valiosos para a construção de uma carteira de investimentos diversificada e estratégica.
Ações globais no segundo trimestre: oportunidades e cautela
ou seja, excluindo a influência das gigantes de tecnologia nos Estados Unidos, o diretor financeiro da gestora global britânica-americana Janus Henderson, Oliver Blackbourn, e o diretor global de multiativos Adam Hetts, têm uma visão neutra para os papéis globais no segundo trimestre do ano. Contudo, apontam que é possível encontrar ‘bolsões de oportunidades’ e, por outro lado, áreas em que é necessária maior cautela em relatório divulgado para o Valor Investe.
Os analistas têm poucas dúvidas, por exemplo, de que muitos ativos americanos de grande capitalização relacionados a temas como inteligência artificial (IA) são capazes de compor os ganhos durante um longo período. No entanto, os lucros corporativos nos EUA podem já ter atingido seu pico.
Com o adicional de adiamento do ciclo de queda das taxas, que é especialmente benéfico para a avaliação de índices de crescimento, as perspectivas de alta adicional para o restante das ações parecem limitadas. ‘Ao excluir o punhado de nomes americanos de megacapitalização que dominaram os mercados, as avaliações dos ativos parecem mais próximas do valor justo. O mesmo vale para os títulos europeus’.
Mas caso o ciclo de ganhos perdure na temporada de balanços do primeiro trimestre, o cenário pode beneficiar títulos de valor cíclicos (de setores relacionados ao consumo não essencial), já que sua pista de ganhos é prolongada. Mas os analistas ponderam que esse cenário tem maior probabilidade de acontecer na Europa do que nos EUA. Isso porque a barra de crescimento na região, de 2% para 2024, está baixa.
Além disso, os papéis europeus têm estruturalmente uma natureza cíclica, o que significa que os lucros de empresas da região se beneficiam mais de um ciclo prolongado e dos primeiros eventuais cortes de juros.
Os especialistas também têm uma visão neutra para as títulos japoneses, dado que o final da experiência do país com a política de expansão em momentos de crise deve levar a um fortalecimento do iene. Como consequência, a moeda japonesa pode atuar como um vento contrário para a economia orientada para a exportação do Japão.
‘O iene atingiu a mínima de 34 anos em relação ao dólar, mas um ponto de partida baixo e menos rigidez da política pode levar à apreciação cambial’, descrevem.
Sem um catalisador de política positiva, a visão dos especialistas em relação aos ativos chineses é negativa. Em outras partes dos títulos emergentes, um ciclo econômico prolongado pode ajudar os ganhos, mas quanto mais tempo o dólar for sustentado por taxas de juros de 5,50%, mais difícil será para os investidores justificar uma inclinação mais do que neutra em direção aos papéis ex-China.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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