Shopper captou R$290mi e busca ampliar marca com gestora de marketing. Estratégia inclui investimento em entrega de itens e expansão para novos estados.
A Shopper vem se destacando no mercado de entregas de supermercado, e está em busca de mais mídia para impulsionar sua marca. Após consolidar seu nome e seus serviços, a startup decidiu captar R$ 20 milhões no formato de media for equity, buscando expandir sua presença nacional ainda mais.
O investimento em mídia é fundamental para alavancar as vendas e atrair novos clientes, por isso a Shopper está focada em fortalecer sua estratégia de marketing e comunicação. Com a injeção de capital, a empresa pretende ampliar sua visibilidade e conquistar uma fatia ainda maior do mercado de entregas, consolidando sua posição de destaque no setor.
4Equity: Intermediação Estratégica no Mundo da Mídia
O negócio está sendo feito em conjunto com a 4Equity, gestora especializada neste tipo de transação e que faz a intermediação entre startups e empresas de mídia. Ao todo, a 4Equity já movimentou mais de R$ 100 milhões em acordos costurados com startups como Daki, QuintoAndar, Justos, entre outras.
Essa captação diz menos sobre o valor e mais sobre o know-how que a 4Equity vai agregar na nossa operação’, diz Fábio Rodas, cofundador e CEO da Shopper, em entrevista exclusiva ao NeoFeed.
Apoiando-se nesta oportunidade única, a empresa investida visualiza a entrega de itens como um diferencial estratégico em sua jornada rumo ao sucesso.
‘O nosso investimento em mídia é maior do que esse aporte em si, mas a 4Equity vai auxiliar o marketing como um todo.’ Neste tipo de operação, os sócios da empresa investida cedem uma participação minoritária do negócio em troca de exposição midiática da marca.
‘No começo havia uma demanda mais reprimida para este tipo de investimento, mas o mercado está mais maduro’, afirma Renato Mendes, cofundador da 4Equity. O plano de marketing está sendo construído a quatro mãos. Mendes afirma que o projeto envolve a divulgação da marca em ‘um amplo leque de canais’, que inclui mídia programática, televisão, influenciadores e publicidade ‘out of home’.
Investindo não apenas em valores monetários, mas também em estratégias de marketing a quatro mãos, a Shopper busca expandir sua atuação para novos estados, visando atingir o breakeven e superar a concorrência de forma eficiente.
Ao unir forças com a 4Equity, a empresa enxerga uma oportunidade única de alavancar seus canais de divulgação e alcançar um público ainda mais amplo.
O investimento em mídia deve ajudar a Shopper a alavancar sua operação nos próximos anos. Fundada em 2015 por Rodas e Bruna Vaz, a companhia tem mais de 1 milhão de clientes cadastrados e opera exclusivamente no estado de São Paulo, em mais de 120 cidades e com 12 mil itens à disposição.
A expectativa é aumentar a base de cadastros entre 25% e 30% neste ano e fazer com que os atuais clientes passem a consumir mais dentro da plataforma. Rodas estima que a receita do grupo deve aumentar em torno de 50% em 2024, mas não revela quanto faturou no ano passado. A expansão da operação envolve a abertura de um terceiro centro de distribuição no ano que vem.
A expectativa é de que a nova instalação também fique em São Paulo. ‘Ainda estamos discutindo a ida para outros estados, porque isso aumenta a complexidade do negócio’, afirma Rodas. A Shopper não revela dados financeiros de sua operação. Rodas afirma que ‘as entregas já se pagam desde 2019’, mas não deu previsão de quando a startup irá atingir o breakeven.
Uma nova captação está sendo estudada, mas a previsão é de que esse plano só ganhe tração em meados de 2025. Em sua última rodada, em dezembro de 2021, a Shopper levantou R$ 170 milhões em um investimento liderado pelo GIC, fundo soberano de Cingapura.
Outros investidores do negócio são gestoras e empresas como FJ Labs, Minerva Foods, Quartz, do empresário José Galló, e Ariel Lambrecht, um dos fundadores da 99.
Em relação à competição, a Shopper briga de frente contra aplicativos como Daki e Justos, que operam com a entrega de compras de supermercado; e plataformas como Uber, iFood, Magazine Luiza e Rappi, que também incorporaram este segmento em seus negócios. O maior rival, contudo, está fora do celular. ‘A gente não foca na ‘ultraconveniência’, mas nas compras grandes.
Por isso, o varejo físico é o principal competidor’, afirma. ‘Nós já fizemos algumas pesquisas com clientes e ex-clientes e percebemos que há uma preferência pelas compras nas lojas físicas, de grandes redes.’ O desafio é mudar a cultura do consumidor em relação às compras, principalmente de perecíveis como frutas e verduras.
Para garantir que os produtos cheguem em bom estado, a startup informa que só ‘compra os produtos depois que faz a venda’.
Atualmente, a Shopper opera com quatro modelos de compras: Compra Programada (em que os itens são entregues sempre no mesmo dia a cada mês), Programada Fresh (no mesmo modelo, mas só com itens de itens de geladeira), Compra Única e Pet Shopper (assinatura para itens de petshop). Com o negócio da Shopper, a 4Equity agora tem 12 empresas em seu portfólio.
Criada no ano passado por Mendes ao lado dos sócios David Halaban, Eduardo Loureiro e Felipe Hatab, a gestora espera intermediar mais dois ou três deals neste ano. Em média, os cheques devem girar entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. No radar estão empresas que já captaram investimentos de série A e que desejam aumentar a divulgação de suas marcas.
No ano passado, a 4Equity informou que tinha R$ 500 milhões em capital autorizado pelos grupos de mídia para investir nas startups. Relacionados Daki muda a marcha na expansão e não vai fazer só entregas rápidas As startups que estão remando contra a correnteza (e não pararam de contratar) Minerva, José Galló e Ariel Lambrecht enchem o carrinho da Shopper com R$ 120 milhões
Fonte: @ NEO FEED
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