André Garcia, Senappen, diz que monitorar crime organizado é essencial, mesmo com aumento indesejado. Auxilia na autonomia e formação de facções criminosas.
Uma nova análise do Ministério da Justiça sobre o crime organizado revela um crescimento no número de facções que operam nos presídios. O relatório, que será divulgado em breve, identifica um total de 72 facções, em 2024. Em comparação com o ano anterior, houve um aumento de quatro facções atuantes.
Além disso, o estudo destaca a presença de diversos grupos de criminosos dentro do sistema prisional, evidenciando a complexidade do cenário atual. A interação entre essas facções e grupos pode representar um desafio adicional para as autoridades responsáveis pela segurança nas penitenciárias. É fundamental monitorar de perto essas dinâmicas para garantir a eficácia das medidas de combate ao crime organizado.
Facções: A Ascensão dos Grupos Criminosos
Cresceu consideravelmente a formação de organizações locais que atuam em parceria com os dois maiores grupos com inserção nacional, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Essas facções locais desempenham não apenas funções assistenciais, mas também possuem autonomia e lógicas próprias de atuação, mostrando uma complexidade na dinâmica do crime.
O levantamento realizado pelo governo federal é feito anualmente, e a nova edição será apresentada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na semana que vem. Esse mapeamento detalhado auxilia na definição de políticas públicas para combater o crime fora das prisões, mostrando a importância de entender a formação de organizações criminosas em diferentes locais do país.
Segundo o secretário André Garcia, a atualização dos dados traz mais precisão sobre os nomes dos grupos e seus locais de atuação em todo o país. Esse mapeamento é essencial para compreender as diferentes lógicas que regem as facções criminosas e como elas se organizam para perpetuar suas atividades ilícitas.
‘Todo aumento na formação de facções é preocupante quando se trata de organizações criminosas. Isso não significa que esses grupos não existissem antes, mas sim que estamos aprimorando nossos mecanismos de identificação’, destacou Garcia em entrevista à CNN. Ele ressalta que, mesmo dentro do sistema prisional, há criminosos que decidem se unir para fundar novas facções como forma de proteção e fortalecimento.
O governo tem intensificado suas ações de inteligência prisional para combater o crime organizado no país. O documento apresenta avaliações sobre medidas para enfrentar essas organizações, incluindo estratégias como o rodízio de presos entre unidades prisionais e a interceptação de fontes de financiamento dos grupos, visando desmantelar suas estruturas e reduzir sua influência no cenário criminoso nacional.
Fonte: @ CNN Brasil
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