Auditores investigam perfis de equipamentos apreendidos com parlamentar sobre Abin em investigação paralela.
A Polícia Federal (PF) está investigando se existem mais gravações realizadas pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) durante o período em que ele liderou a Agência Brasileira de Inteligência Paralela (Abin). Os investigadores estão revisando a perícia dos dispositivos apreendidos com o parlamentar, como celulares e computadores, em busca de possíveis áudios. Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo e confirmadas pela CNN com fontes próximas à investigação, no inquérito divulgado recentemente, a PF encontrou uma gravação com uma hora e oito minutos de duração no computador de Alexandre Ramagem, que ‘possivelmente’ foi feita pelo próprio deputado.
A investigação paralela de Abin visa esclarecer se há mais material audiovisual que pode ser relevante para o caso em questão. Os peritos estão analisando minuciosamente os equipamentos eletrônicos apreendidos, como forma de buscar por possíveis evidências adicionais. A descoberta da gravação extensa no computador de Alexandre Ramagem levanta questionamentos sobre a extensão das atividades de monitoramento realizadas durante o período em que ele esteve à frente da Agência. Essa nova evidência pode ser crucial para o desenrolar das investigações em curso.
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A investigação sobre ‘Abin, investigacao-paralela’ tem potencial para impactar significativamente a ação contra Bolsonaro no TSE. Mesmo diante das gravações, Bolsonaro reitera seu apoio à candidatura de Ramagem à CNN. Segundo informações de agentes, houve uma reunião entre Ramagem, o ex-presidente Jair Bolsonaro, advogados de Flávio Bolsonaro e o general Augusto Heleno, na época ministro do GSI.
As estratégias discutidas na reunião visavam a defesa de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas durante seu mandato na Alerj. Ramagem teria sugerido a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da receita (Escor07) para anular a investigação e remover alguns auditores de seus cargos.
Além disso, evidências do inquérito revelam conversas de subordinados de Ramagem planejando o monitoramento ilegal de servidores da Receita Federal. As investigações da PF apontam para o uso indevido da Abin, onde todo o aparato da agência era direcionado para interesses pessoais do ex-presidente Bolsonaro.
A PF conclui que a Abin foi utilizada para investigar adversários políticos e favorecer aliados do então presidente, comprometendo a integridade e a missão da instituição. Alexandre Ramagem negou as alegações da PF, afirmando que a investigação busca apenas difamar e não monitorou autoridades políticas, judiciais ou legislativas.
Em relação à reunião envolvendo o senador, Ramagem garantiu que não houve interferência em processos ligados a Flávio Bolsonaro, resolvendo-se exclusivamente em instâncias judiciais. Flávio Bolsonaro negou qualquer ligação com a Abin e acusou a operação de interferir nas eleições municipais.
A divulgação desses documentos às vésperas das eleições é vista como uma tentativa de prejudicar a candidatura de Alexandre Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro, conforme declarou o senador. A CNN tentou contato com Augusto Heleno e Jair Bolsonaro, mas ainda não obtiveram respostas sobre as investigações em andamento.
Fonte: @ CNN Brasil
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