Estudo sobre malefícios do tabagismo no Brasil: impacto econômico expressivo com perda de produtividade e arrecadação de impostos.
O tabagismo é responsável por quase 50 diferentes enfermidades incapacitantes e fatais, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Essa prática nociva também resulta em um considerável impacto financeiro. Por exemplo, em 2022, o Brasil despendeu R$ 153,5 bilhões em custos médicos e perda de eficiência devido às consequências do tabagismo.
Além disso, o consumo de cigarro e a exposição à nicotina estão associados a um aumento significativo no risco de desenvolver câncer de pulmão. Portanto, é crucial conscientizar a população sobre os danos à saúde causados pelo fumo e promover medidas eficazes de prevenção e combate ao tabagismo.
Impacto do Tabagismo na Economia Brasileira
Por outro lado, no mesmo ano, a arrecadação de impostos federais com a indústria do tabaco não ultrapassou R$ 9 bilhões. Os dados são provenientes da pesquisa Carga da doença e econômica atribuível ao tabagismo no Brasil e potencial impacto do aumento de preços por meio de imposto, uma análise com duração de dois anos, divulgada recentemente na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília.
O estudo, coordenado pela Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro sobre o Controle do Uso do Tabaco e de seus Protocolos (Conicq), por meio do Instituto Nacional de Câncer (INCA), contou com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria, da Argentina. O estudo revela um cenário expressivo relacionado aos malefícios do tabagismo.
Vera Luiza da Costa e Silva, secretária executiva da Conicq, enfatiza que a indústria do tabaco, apesar de gerar arrecadação por meio de impostos, acarreta muito mais malefícios do que benefícios financeiros para o País. Os gastos nacionais associados ao tabagismo são significativos e impactam diretamente a economia.
A maior parte dos recursos destinados ao tabagismo foi direcionada à assistência médica, totalizando um investimento de R$ 67,2 bilhões do Sistema Único de Saúde (SUS). Os custos estão principalmente relacionados aos cuidados com doenças respiratórias, cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC), que absorvem 65% do valor destinado aos tratamentos.
Os investimentos voltados ao tratamento de câncer, especialmente os de esôfago, boca e faringe, demandam expressivos recursos. As mortes prematuras e a perda de produtividade devido às consequências do tabagismo afetam diretamente a força de trabalho do País, resultando em uma perda econômica significativa.
Em 2022, a perda indireta causada pelo tabagismo foi estimada em R$ 45 bilhões para a sociedade. Além disso, a perda de produtividade dos cuidadores informais, que precisam se afastar do trabalho para cuidar de familiares doentes, representa um montante de R$ 41,3 bilhões que deixa de ser arrecadado.
O tabagismo passivo, juntamente com outras condições, contribui para 12% das mortes prematuras relacionadas ao tabaco, conforme apontado no estudo. A exposição à fumaça do tabaco é responsável por 603 mil mortes anuais no mundo, sendo 168.840 (28%) delas de crianças.
A pesquisa destaca a importância da tributação dos produtos de tabaco, propondo um aumento de 50% na taxação como medida preventiva. Estima-se que essa ação poderia evitar um custo de R$ 64 bilhões com assistência à saúde e prevenir 145 mil mortes devido à redução do consumo de tabaco. O aumento da taxação também resultaria em um acréscimo de R$ 26 bilhões na arrecadação tributária, impactando positivamente a economia do País.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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