A degradação econômica alimenta a violência, e a violência degrada a economia. Investimento em inteligência e coordenação dos sistemas são soluções para segurança pública.
A segurança pública e a economia estão intrinsecamente ligadas em um ciclo negativo em que a instabilidade econômica alimenta a criminalidade, e a criminalidade prejudica a economia. Nesse contexto, é fundamental que as autoridades concentrem seus esforços no combate à criminalidade e na promoção de políticas de proteção social que visem a redução dos índices de violência.
Além disso, é essencial fortalecer a ordem pública por meio de ações integradas que envolvam tanto o poder público quanto a sociedade civil. Investir em tecnologia, capacitação de agentes e estratégias de prevenção é crucial para garantir a segurança pública e o bem-estar da população. Somente com um trabalho conjunto e efetivo será possível construir uma sociedade mais segura e justa para todos.
Debates sobre Segurança Pública no Fórum Esfera Brasil
Segurança pública foi o tema central de um dos debates realizados durante o Fórum Esfera Brasil, que aconteceu no Guarujá (SP) no último sábado (8/6). O debate contou com a presença de importantes figuras, como o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, e os governadores Cláudio Castro (RJ) e Ronaldo Caiado (GO).
Durante sua fala, o advogado e professor Pierpaolo Cruz Bottini abordou a relação entre segurança pública e economia, destacando a influência dos problemas de segurança no PIB do país, que chegam a afetar cerca de 4% da economia nacional. Bottini ressaltou a importância de parcerias, como a realizada com o Fórum Nacional de Segurança Pública, para levantar dados e propor soluções em conjunto com o Ministério da Justiça.
Uma das preocupações levantadas foi a atuação de 72 facções criminosas em todo o Brasil, envolvidas não apenas em crimes tradicionais, como tráfico de drogas, mas também em atividades ilegais como extração de madeira e manipulação de licitações. Bottini destacou a necessidade de combater a lavagem de dinheiro e gerenciar os recursos de forma mais eficaz para lidar com essa realidade.
No que diz respeito à falta de inteligência e coordenação entre os sistemas de segurança, Bottini ressaltou a necessidade de uma reforma constitucional que permita à União organizar as informações sobre a criminalidade de forma mais eficiente. Ele enfatizou a importância de sair do modelo tradicional de repressão e adotar estratégias mais abrangentes para enfrentar os desafios da segurança pública.
Por sua vez, Preto Zezé, da Central Única das Favelas (Cufa), destacou a ausência de um arcabouço efetivo de segurança pública no Brasil, apontando a necessidade de avanços nessa área, semelhantes aos conquistados em setores como saúde. Zezé ressaltou a importância de repensar as políticas de segurança, que historicamente se limitaram a questões como armamento, efetivo policial e encarceramento, sem promover avanços significativos.
Os debates no Fórum Esfera Brasil evidenciaram a complexidade dos desafios enfrentados na área de segurança pública, destacando a importância de ações governamentais coordenadas, investimento em inteligência e soluções inovadoras para garantir a proteção social e a ordem pública no país.
Fonte: © Conjur
Comentários sobre este artigo