O percentual, que já foi 12,7% em 2019, atingiu 26,1% em 2023. Resultado de pesquisa divulgada nesta segunda com dados de todas as regiões do Brasil.
Mais diretores da rede estadual de educação estão assumindo seus cargos por meio de processo seletivo e eleição da comunidade escolar. O percentual, que já foi de 12,7% em 2019, aumentou para 26,1% em 2023. Esses diretores estão sendo escolhidos de forma mais participativa, o que reflete em uma gestão mais democrática e alinhada com as necessidades da comunidade escolar.
Além disso, a pesquisa revelou que a valorização dos diretores tem impacto positivo no ambiente escolar, influenciando diretamente a atuação dos gestores e demais líderes educacionais. A presença de diretores eleitos pela comunidade escolar fortalece a autonomia das escolas e promove uma cultura de participação ativa, envolvendo não apenas os administradores escolares, mas também os professores, alunos e familiares.
Diretores e Gestores Educacionais: Desafios e Tendências
Por outro lado, observou-se uma diminuição no número daqueles contratados exclusivamente por indicação dos gestores. Em 2019, representavam 24%, enquanto em 2023 esse percentual caiu para 20%. O estudo intitulado Perfil dos(as) diretores(as) e desafios da gestão escolar nas redes estaduais de educação no Brasil, encomendado pelo Instituto Unibanco, combina informações provenientes do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A maneira como os profissionais acessam o cargo de direção e suas origens, de acordo com especialistas, têm impactos significativos na rotina escolar. ‘É uma bandeira histórica do sindicato. Sempre defendemos a realização de eleições diretas em todas as redes. Isso possibilita ouvir a comunidade escolar e representa um processo fundamental de exercício da democracia. Dessa forma, é viável conceber um projeto político-pedagógico adaptado a cada realidade, com indivíduos que já possuem um compromisso histórico com a rede. Existe toda uma relação de enraizamento’, afirma Duda Quiroga, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
‘Aqueles que vêm de fora, contratados, podem encarar a situação de forma passageira. E se estão chegando por indicação, é como se estivessem atuando também como interventores.’ A pesquisa revela outros aspectos sobre o perfil desses profissionais. Os dados de 2023 indicam que 50,6% dos diretores de escolas estaduais eram brancos, 24,8% pardos, 4,5% pretos e 17,6% optaram por não declarar cor/raça. Em 2011, esses percentuais eram de 55,7% para brancos, 33% para pardos, 6,2% para pretos e menos de 2% optaram por não declarar.
Quanto ao gênero, em 2011, 76,4% das diretoras eram mulheres e 23,6% eram homens. Já em 2023, o número de homens subiu para 33,5%, enquanto o de mulheres caiu para 66,5%. No que diz respeito à faixa etária, os dados disponíveis começam a partir de 2013. Naquele ano, a maioria (45%) tinha entre 40 e 49 anos, seguida por 35% com 50 anos ou mais. Em 2023, metade tinha 50 anos ou mais, enquanto 35% estavam na faixa etária de 40 a 49 anos.
Em relação à formação, em 2011, 33,6% dos diretores possuíam graduação em pedagogia, enquanto 48% eram profissionais de outras áreas da educação (licenciaturas diversas, como história, matemática, letras, química, etc.). Em 2023, 38% eram formados em pedagogia e 55,2% em outras áreas da educação. A proporção de diretores com curso de formação em gestão escolar concluído apresentou variações significativas entre as unidades federativas do país. Em 2020, apenas Rondônia e Acre contavam com 30 a 40% dos diretores com essa formação. Acre, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Ceará e Sergipe situavam-se entre 20 e 30%. Todos os demais estados apresentavam menos de 10%. Em 2023, o Piauí liderava com 90 a 100%, seguido por Brasília (40 a 50%), Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Espírito Santo, Maranhão, Ceará, Sergipe e Pernambuco (30 a 40%).
‘Essa disparidade tão expressiva entre os estados ressalta a importância de as redes estaduais conhecerem melhor seus diretores. Elas não devem subestimar o papel crucial desempenhado por esses profissionais na gestão escolar.’
Fonte: © Notícias ao Minuto
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