Itamaraty questiona veto de opositora por Maduro. Venezuela acusa nota de influência dos EUA. Eleições questionáveis geram preocupação internacional.
As eleições são um momento crucial para a democracia de qualquer país. No entanto, é importante que as manifestações de outros governos sejam feitas com respeito à soberania de cada nação. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela rejeitou a nota do Itamaraty, considerando-a como uma tentativa de intervenção nos assuntos internos do país.
A votação é um direito fundamental de todo cidadão venezuelano, e o governo brasileiro expressou sua preocupação com a transparência e legitimidade do processo eleitoral. É necessário que haja um diálogo respeitoso entre as nações para garantir que as eleições sejam conduzidas de forma justa e democrática. A nota do Itamaraty foi interpretada como uma intromissão nos assuntos soberanos da Venezuela, o que gerou um forte rebatimento por parte do governo venezuelano.
‘Expectativas e Preocupações com as Eleições na Venezuela’
No comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro, a chancelaria expressou ‘expectativa e preocupação’ em relação aos desdobramentos das eleições presidenciais para a sucessão de Nicolás Maduro, programadas para 28 de julho.
A oposição venezuelana enfrentou obstáculos na inscrição de sua candidata, Corina Yoris, no Conselho Nacional Eleitoral, órgão responsável pelo processo eleitoral no país. O prazo para registro encerrou às 23h59 de segunda-feira (25).
‘[O Brasil] observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria foi impedida de se registrar, o que vai de encontro aos acordos de Barbados’, ressaltou o comunicado do Itamaraty.
Especialistas apontam motivação política por trás do impedimento de Corina Yoris e destacam a tentativa do chavismo de repetir o cenário de 2018, quando a oposição boicotou as eleições vencidas por Maduro.
Intervenções Externas no Processo Eleitoral
Apesar dos esforços do Presidente Lula para incentivar o processo eleitoral na Venezuela, analistas acreditam que suas chances de influenciar Maduro são limitadas, dada a postura recente do mandatário venezuelano.
Em resposta ao pronunciamento brasileiro, a Chancelaria venezuelana criticou o comunicado do Itamaraty, sugerindo influência do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O governo venezuelano ressaltou sua fidelidade aos princípios diplomáticos na relação com o Brasil.
Agradecendo as manifestações de solidariedade de Lula da Silva, o governo bolivariano condenou as sanções impostas pelos EUA e ressaltou o compromisso com a amizade bilateral.
Contra o Acordo de Barbados
Nos bastidores diplomáticos, Maduro vinha adotando posturas contrárias ao Acordo de Barbados, assinado em outubro de 2023. O acordo previa a presença de observadores internacionais, liberdade de imprensa e ausência de restrições a candidatos, em troca da suspensão de sanções ao petróleo venezuelano.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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