Temperaturas extremas de até 51,8ºC na peregrinação anual na Grande Mesquita da Arábia Saudita preocupam agência de notícias AFP.
Fiéis realizam a peregrinação em torno da Kaaba após completar a peregrinação do hajj em Meca, na Arábia Saudita, hoje, 19 de junho. Imagem: Issam Rimawi/Anadolu via Getty Images. Mais de 570 seguidores da fé islâmica faleceram durante a peregrinação a Meca, conhecida como hajj, que ocorre este ano sob condições climáticas extremas. O evento religioso teve início na última sexta-feira, 14.
Enquanto os peregrinos continuam sua jornada espiritual em direção à Kaaba, a importância do hajj como um dos cinco pilares do Islã é ressaltada. A peregrinação anual reúne milhões de fiéis de todo o mundo em um ato de devoção e unidade, fortalecendo os laços da comunidade muçulmana. A tradição do hajj remonta aos tempos de Abraão e Ismael, representando uma busca espiritual profunda e significativa para os crentes.
Peregrinação e suas adversidades
Segundo informações recentes da agência de notícias AFP, o número de peregrinos que perderam a vida devido às temperaturas extremas durante o hajj aumentou para 577. Essas vítimas representam diversas nacionalidades, como Egito, Tunísia, Indonésia, Irã, Senegal e Jordânia. De acordo com a TV estatal da Arábia Saudita, as temperaturas previstas de 48ºC foram superadas, alcançando 51,8ºC na região da Grande Mesquita de Meca.
A situação se tornou preocupante, com relatos de problemas de saúde causados pelo calor forte. Um diplomata entrevistado pela AFP mencionou que pelo menos 323 dos falecidos são egípcios, vítimas de enfermidades relacionadas ao calor excessivo. Entre as mortes, uma ocorreu durante um tumulto entre os peregrinos. Outros 60 óbitos foram registrados entre peregrinos jordanianos.
A agência de notícias não especificou se as fatalidades ocorreram antes ou durante o início oficial do hajj. Este ano, a peregrinação atraiu 1,8 milhão de fiéis a Meca, incluindo 1,6 milhão do exterior, conforme dados das autoridades sauditas. Medidas foram tomadas para mitigar o calor excessivo, como a instalação de nebulizadores e guardas borrifando água nos peregrinos.
O Ministério da Saúde saudita alertou para os riscos à saúde decorrentes das altas temperaturas. No ano anterior, mais de 10 mil peregrinos enfrentaram problemas de saúde devido ao calor forte, resultando em cerca de 240 mortes, a maioria de cidadãos indonésios.
A peregrinação a Meca, conhecida como hajj, é um dos pilares do Islã, exigindo que os muçulmanos visitem a cidade santa pelo menos uma vez na vida, se possível. O ritual começa com o ‘tawaf’, onde os fiéis circundam a Kaaba, uma estrutura em forma de cubo preto, localizada no coração da Grande Mesquita. Posteriormente, os peregrinos se dirigem a Mina, uma região cercada por montanhas rochosas, onde passam as noites em tendas com ar-condicionado.
O hajj é fundamental para a Arábia Saudita, conferindo prestígio e legitimidade ao país, cujo rei é intitulado ‘Guardião das duas mesquitas sagradas’. A concessão de vistos segue um sistema de cotas por país, embora muitos muçulmanos desfavorecidos consigam chegar a Mina sem acesso às tendas, ficando expostos ao calor escaldante.
Fonte: @ Terra
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