Não há incêndio devido a ignição natural na Bacia do Paraguai, impactando o desenvolvimento econômico-social e recursos hídricos frente às mudanças climáticas e eventos extremos.
A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, afirmou hoje que 85% das queimadas que atingem o Pantanal há quase 90 dias estão ocorrendo em propriedades privadas. ‘Neste momento, não temos incêndios devido a causas naturais‘, acrescentou.
A situação crítica no Pantanal evidencia a urgência de ações para combater as queimadas e proteger a região. O impacto desses incêndios em terras privadas requer medidas imediatas e eficazes para preservar a biodiversidade e evitar danos irreparáveis ao ecossistema. A preservação do Pantanal é fundamental para a manutenção do equilíbrio ambiental e a sobrevivência de diversas espécies de fauna e flora.
Pantanal: Desafios e Impactos das Queimadas
A afirmação foi feita durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, que reúne representantes da sociedade civil e do governo no assessoramento ao presidente da República. Marina destacou que o município de Corumbá é responsável por metade dos incêndios em Mato Grosso do Sul e lidera em desmatamento, abrangendo 52% de sua área. ‘Os municípios que mais desmatam são os que mais têm incêndio’, ressaltou. Para a ministra, a situação foi agravada pela mudança do clima de origem humana. ‘Estamos vivenciando um momento crítico em nossa trajetória no planeta. O ano de 2023 foi marcado por eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e enchentes. Isso evidencia a realidade da mudança do clima’, afirmou.
Os efeitos dos eventos climáticos extremos levaram a Agência Nacional de Águas (ANA) a declarar situação crítica de escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraguai em maio. Uma nota técnica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ) revelou que, de 1º de janeiro a 23 de junho de 2024, a área queimada no Pantanal atingiu 627 mil hectares, um aumento de 142,9% em relação a 2020.
Durante uma coletiva, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, anunciou que a chegada de uma frente fria ao Pantanal na quarta-feira (26) beneficiou as equipes de combate às queimadas, permitindo a extinção de vários focos. A tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Tatiane Inoue, responsável pelas operações, informou que, de 1º de janeiro a 25 de junho, 530 mil hectares foram consumidos pelo fogo no Pantanal. ‘O cenário é mais crítico que em 2020, mas nossa estrutura está mais robusta e organizada’, afirmou.
O governo estadual revelou que 74 bombeiros militares estão envolvidos diretamente no combate, sendo 51 na Guarnição de Combate a Incêndios Florestais em solo, 4 nas operações aéreas e 19 no Sistema de Comando de Incidentes. Além disso, 145 brigadistas do Ibama, 40 do ICMBio e 53 da Marinha reforçam a equipe estadual. Cinco aeronaves Air Tractor e 40 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, com 15 viaturas, também estão atuando na operação.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo