Palavras transformam opositores em inimigos políticos, algo que pode levar a atos impensados para
apoiar
apoiar
seus líderes em uma guerra nada santa.
📲 Acompanhe o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter. Dizer que partidos políticos na esfera da esquerda ou direita são idênticos, certamente, isso em termos de princípios estatutários os coloca como ódio e amor.
Em um mundo onde a polarização alimenta o rancor e a divisão, é essencial reconhecer as nuances que diferenciam as ideologias. O ódio entre extremos muitas vezes obscurece a possibilidade de diálogo e entendimento mútuo.
Escalada do ódio e da violência
No entanto, o que temos presenciado nas últimas décadas é uma crescente intensificação de violência, onde líderes incitam seus seguidores, apoiadores e militantes a um confronto que vai além das divergências de ideias. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de uma tentativa de homicídio durante a campanha eleitoral de 2018, um ataque com faca que deixou marcas profundas. No último fim de semana, Donald Trump, seu colega de ideologia de direita, que busca retornar à Casa Branca, foi alvo de um tiro de raspão na orelha.
Vale ressaltar que ambos têm o costume de inflamar seus seguidores contra o sistema eleitoral e seus opositores, além de defenderem a liberação de armas, estando diretamente envolvidos em tentativas de golpe tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, após suas derrotas para Lula e Joe Biden. Esquerda e direita unidas pelo ódio, enquanto o mundo se solidariza com vítimas de atentados, um professor em Picos faz apologia à violência ideológica.
‘A galera da esquerda é a pior de mira que já vi na vida. Vai dar facada em alguém (Bolsonaro) e acerta em um lugar onde nem sangue tem. Vai dar tiro em alguém, com uma cabeça daquele tamanho. Não acerta a cabeça (…)’, afirma Deivison de Moura Chagas em um vídeo, insinuando que tudo não passaria de uma conspiração. Em resposta, a Prefeitura do município confirma sua suspensão das atividades e a abertura de um processo administrativo que poderia resultar em sua demissão.
Após a repercussão negativa, o professor se retratou em suas redes sociais. Nos casos envolvendo Bolsonaro e Trump, os acusados são considerados ‘lobos solitários’, embora Adélio Bispo tenha sido filiado ao PSOL (esquerda) e Thomas Matthew fosse do Partido Republicano (direita), o mesmo partido do ex-presidente americano, apesar de ter feito uma doação em 2021 a um grupo que apoia candidatos Democratas.
Durante a campanha eleitoral, o então candidato Lula enfrentou processos judiciais por ‘discurso de ódio’ ao chamar Bolsonaro de ‘fascista’, ‘genocida’, ‘negacionista’ e ‘desumano’. O americano Joe Biden teria afirmado a necessidade de ‘parar’ Donald Trump, acusando-o de criminoso e estuprador em outra ocasião. Palavras que vão além de meras bravatas de campanha, assim como declarações e ações de Trump e Bolsonaro contra seus opositores incitam seguidores fervorosos a ataques verbais e atentados contra a vida.
Aos ouvidos de militantes movidos por uma ideologia baseada na violência e no ódio, palavras transformam adversários em inimigos políticos, podendo levar a atos impensados para ‘defender’ seus líderes em uma guerra que está longe de ser santa ou em prol da democracia.
Fonte: © A10 Mais
Comentários sobre este artigo