Técnica vestível baseada em dados científicos melhorou desempenho de atletas de natação com modelos 3D.
A equipe de natação do Brasil, que está nos Jogos Olímpicos de 2024, teve como aliada em sua preparação uma técnica baseada em natação.
Os nadadores brasileiros estão se beneficiando muito dessa abordagem inovadora, que tem impulsionado seu desempenho nas competições internacionais.
Natação: Tecnologia 3D e Dados Científicos Revolucionam a Preparação de Nadadores
Desenvolvida pelo matemático Ken Ono e seu colaborador, Jerry Lu, a técnica baseada em dados cria modelos em 3D dos atletas e identifica possibilidades de melhoria. O que era para ser um projeto semestral com nadadores universitários avançou até alcançar a Olimpíada após os nadadores estudados se destacarem nas competições nacionais e internacionais. Notados pelas equipes de alto nível — incluindo da seleção norte-americana, os cientistas passaram a acompanhar as preparações de importantes disputas de natação.
Ken Ono, da Universidade da Virgínia, em Charlottesville, nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista à revista Nature nesta quarta-feira (31) comentando sobre seu projeto e os resultados de atletas olímpicos. ‘Nós os ajudamos [os nadadores] a nadar com um pouco mais de eficiência em treinos de precisão — usando uma tecnologia vestível para otimizar individualmente [os resultados] para as provas que eles escolherem. Identificamos alvos de oportunidade que podem melhorar seu desempenho que foram obtidos cientificamente.’
As melhorias apontadas pelos pesquisadores ajudam os nadadores a diminuírem frações de segundo dos movimentos na piscina — o que melhora suas classificações nas disputas de natação. ‘O que fazemos é uma parte muito pequena, mas é emocionante ver as medalhas se concretizarem’, disse o matemático.
Na entrevista, Ono relatou que ele e Lu não são pagos nem considerados membros da equipe técnica, pois o número de treinadores permitidos na Olimpíada é limitado. Então, o cientista os classifica como consultores externos ou, até mesmo, ‘amigos e familiares’ dos nadadores. ‘Há uma sede por novas aplicações de matemática e ciência além do que as pessoas tradicionalmente pensam como matemática. Então isso dá a mim e à minha comunidade de matemáticos ao redor do mundo uma nova plataforma’, disse o pesquisador da Universidade da Virgínia. E completou: ‘de certa forma, todos estamos estudando distribuições de probabilidade ou fenômenos matemáticos, mas em contextos diferentes.’
Fonte: © CNN Brasil
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