Pesquisa de Nina Weingrill, mestranda da FGV, usa ferramenta teórica para analisar mudanças e resultados específicos como força motriz.
Um conjunto de entidades que investem na mídia como instrumento para uma mudança cívica tem desafiado conceitos tidos como convencionais.
Essas iniciativas buscam promover a participação ativa do cidadão na produção de conteúdo jornalístico, capacitando-os para atuarem de forma profissional no campo da comunicação.
Explorando a Mídia Cívica e seu Papel Transformador
É o que aponta um estudo conduzido pela pesquisadora Nina Weingrill, mestranda da Fundação Getulio Vargas (FGV) e integrante do International Center for Journalists (ICFJ), organização com sede nos Estados Unidos que promove ações e programas de incentivo ao jornalismo. Ela destaca que essas organizações adotam premissas alinhadas a uma teoria da mudança, distanciando-se dos discursos comuns em empresas de mídia tradicional, que frequentemente enfatizam a imparcialidade de suas coberturas.
A ideia central é que o jornalismo atua como uma força motriz para alcançar resultados específicos, sendo um instrumento para a transformação. Essas organizações reconhecem que estão impulsionando mudanças em suas comunidades, sendo agentes de transformação em um cenário midiático em constante evolução.
Os resultados preliminares da pesquisa foram apresentados durante o Festival 3i, realizado no Rio de Janeiro. Promovido pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), o evento teve início na quinta-feira (13) e encerra neste sábado (15). Em sua quarta edição, o encontro aborda diversos temas relacionados ao jornalismo, reunindo especialistas em mesas de debate, workshops e outras atividades.
Com uma trajetória profissional dedicada a promover e estudar a diversidade no jornalismo, Nina explica que a motivação para a pesquisa surgiu de questionamentos sobre a diferenciação entre jornalismo cidadão e jornalismo profissional. Ela optou por adotar o termo ‘mídia cívica’ para descrever o trabalho dessas organizações, destacando a importância desse movimento que ganha força na América Latina e já está consolidado nos Estados Unidos.
Embora seu foco seja investigar especificamente o cenário brasileiro, o estudo atual buscou compreender o fenômeno a partir da realidade norte-americana. Entre julho e setembro de 2023, 18 líderes dessas organizações foram entrevistados, com a publicação completa dos resultados ainda pendente. Segundo os dados preliminares apresentados no Festival 3i, o termo ‘impacto’ foi mencionado 72 vezes nas entrevistas, superando ‘jornalismo’ e ficando atrás apenas de ‘comunidade’.
Para essas organizações, o impacto é crucial e desafia conceitos do jornalismo tradicional. Elas buscam ativamente uma transformação social, indo além da simples informação. Nina destaca que a mídia cívica representa um novo ecossistema midiático em expansão, caracterizado por formas de comunicação que fortalecem os laços sociais e promovem o engajamento cívico dentro das comunidades.
Fonte: @ Agencia Brasil
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