Brasil propõe ao G20 princípio de combater programas sociais, transferência de renda, apoio à agricultura familiar e merenda escolar.
A Aliança Mundial contra a fome, que está sendo proposta pelo Brasil no G20, ‘é a consagração’ do princípio de que, para combater a fome e a pobreza em seus territórios, é preciso que os países tenham programas sociais abrangentes. A explicação é do secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Mauricio Lyrio.
Além disso, a criação de programas sociais eficazes é fundamental no combate à fome e à pobreza, garantindo que as populações mais vulneráveis tenham acesso a alimentos e condições dignas de vida. A importância de iniciativas como essa reflete o compromisso global em garantir a segurança alimentar e o bem-estar de todos os cidadãos.
Programas Sociais e o Combate à Fome
De acordo com o embaixador, é amplamente reconhecido que os programas sociais mais eficazes incluem iniciativas de transferência de renda condicional, apoio à agricultura familiar, merenda escolar, cadastro único e bancos de leite materno, entre outros recursos. Após mais de vinte e cinco anos de implementação, há agora um consenso internacional de organizações como a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e o Banco Mundial que afirmam: esses são os programas que realmente fazem a diferença.
Pela primeira vez, há um acúmulo de conhecimento sobre o que é eficaz para combater a fome globalmente, graças às experiências extremamente positivas de alguns países. O Brasil, atualmente presidindo o G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo, além de representantes da União Europeia e da União Africana, sediará quatro reuniões ministeriais na próxima semana. A primeira, focada em desenvolvimento, acontecerá na segunda e terça-feira seguintes.
Na quarta-feira, será realizada a reunião ministerial da força-tarefa contra a fome, seguida pelo encontro de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais na quinta e sexta-feira. Todas essas reuniões terão lugar no Rio de Janeiro, enquanto a quarta reunião ocorrerá em Fortaleza, também nos dias 25 e 26, abordando questões de trabalho e emprego.
Este evento marcará o pré-lançamento da força-tarefa e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a expectativa de representantes de Bangladesh participarem. Embora não sendo membro do G20, Bangladesh, assim como o Brasil, possui programas sociais extensivos que contribuem significativamente para o combate à pobreza.
Mauricio Lyrio destaca a semelhança entre os programas dos dois países, que colocam as mulheres como peça central, como no caso do Bolsa Família no Brasil e o programa de microcrédito em Bangladesh. Ambos países conseguiram reduzir de forma significativa a pobreza e a fome, demonstrando a eficácia de programas centrados nas mulheres, conforme comprovado pelo Banco Mundial.
Antecedendo a reunião do dia 24, a FAO lançará o relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), apresentando seu mapa da fome. No último relatório, referente a 2022, estima-se que a fome tenha afetado em média 735 milhões de pessoas, um aumento de 122 milhões em relação a 2019, antes da pandemia de covid-19.
O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty explicou que a força-tarefa propõe uma triangulação de esforços entre os países interessados, indo além do G20, com a possibilidade de adesão aberta a todos. Durante a reunião da próxima semana, serão formalizados os documentos que estabelecem a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, além da abertura para novas adesões.
O lançamento oficial está previsto para novembro, durante a Cúpula do G20, com a participação de países doadores de recursos financeiros e beneficiários, mostrando a importância da cooperação internacional no combate à fome e à pobreza.
Fonte: @ Agencia Brasil
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